Vendedores de votos

Em todo período eleitoral, como o que se aproxima, surgem campanhas contra a compra de votos, orientando o povo para não aceitar propostas indecorosas. Talvez para ser simpático à população, ninguém admite que também existe, por parte do eleitor, um clientelismo explícito. Quando muitos se aproximam do candidato, o fazem pensando em levar vantagem pessoal. E os pedidos são os mais diversos, variando desde emprego até dinheiro mesmo. É uma hipocrisia negar que, em muitos casos, a proposta de venda do voto parte do eleitor. Ora, enquanto houver um mercado para a venda, haverá sempre alguém disposto a comprar. O lastimável nisso tudo é que os candidatos sérios, dispostos a trabalhar em favor da coletividade, que não aceitam o jogo da compra de votos, acabam sendo derrotados. Claro que é necessário punir os maus políticos, porém enquanto o povo seguir vendendo a consciência, o comércio de votos permanecerá florescente.

Mala preta

O blog ficou sabendo que alguns políticos desonestos estão engordando animais silvestres para negociá-los na próxima campanha eleitoral. Aqueles mais afortunados estão com uma grande criação de Tartarugas (R$ 2), Garças (R$ 5), Araras (R$ 10), Micos-Leão-Dourado (R$ 20), Onças (R$ 50) e Garoupas (R$ 100), embora esta última em menor quantidade. A ideia deles é colocar estes animais em malas pretas para trocá-los por votos, principalmente no interior do estado. Alô, Ibama, se ligue!

Contra grana

Depois da oposição, que fez tudo para inviabilizar o Proredes, agora é a vez de o Ministério Público Federal orientar o BID a não emprestar os R$ 250 milhões pretendidos pelo governo sergipano para investir em saúde pública. O MPF alega que, se usados corretamente, os repasses feitos pela União são suficientes para o estado gerir a saúde. Aqui pra nós, diante de tanta celeuma, bem que esse projeto deveria se chamar Pró-Redes de Intrigas.

Galo na panela

Até a 2ª quinzena de junho, as lideranças políticas vão seguir ouvindo mais do que falando sobre as eleições deste ano. Todos têm conversado com todos, mas ninguém se arrisca em fechar qualquer acordo antecipadamente. Muitos preferem cozinhar o galo enquanto esperam a definição dos adversários. Outros apalavram entendimentos, porém pedem tempo para botar o preto no branco. Haverá casos em que a chapa majoritária só será fechada no dia 30 de junho.

Juntos e misturados

O PSC deve fechar o maior arco de alianças já visto na história política de Sergipe. Quem garante é o deputado federal cristão André Moura. Segundo ele, as conversas sobre coligações estão bem adiantadas, principalmente com o DEM do prefeito João Alves Filho e o PSB do senador Antônio Carlos Valadares. Além desses dois, o PSC conta com outros 11 partidos comandados pelo dublê de político e empresário Edvan Amorim.

Passo errado

Um político dizia ontem que o ex-deputado federal Pedrinho Valadares deu um passo errado quando se filiou ao PV. A ideia dele era se lançar candidato a senador e levar o partido para a base de apoio ao presidenciável Eduardo Campos (PSB). O PV seria opção de palanque em Sergipe, caso o PSB local negasse fogo, mas a decisão do Partido Verde de ter candidato próprio a presidente (Eduardo Jorge) inviabilizou o projeto de Pedrinho.

Ponta de faca

E o ex-deputado federal Jorge Alberto (PMDB) segue dando murro em ponta de faca. Mesmo sem respaldo da cúpula peemedebista, ele insiste que o partido não se coligue para a disputa proporcional. Entende que se a sigla sair sozinha tem chances de eleger dois deputados federais. O dirigente da legenda, Benedito Figueiredo, rechaça o argumento de Jorge: “O PMDB não se preparou para sair sozinho na proporcional”, diz, encerrando o assunto.

Cadê o reajuste?

O governo alega falta de recursos para reajustar os salários dos servidores, mas insiste em manter apadrinhados em milhares de cargos comissionados e não sinaliza com a redução das quase 40 secretarias. Isso sem falar nos conselhos que, em sua maioria, servem apenas para aumentar a renda dos afilhados do poder. Como se vê, se o Estado não fosse tão gordo, o salário do servidor não seria tão magro.

Não foi ele

O deputado estadual Gilson Andrade (PTC) nega ter infiltrado pessoas na manifestação organizada pelo Samu estadual e que vaiou o governador Jackson Barreto (PMDB) durante solenidade em Estância. O parlamentar disse não ter nada com o que aconteceu e desafiou quem o acusa a provar que ele teve participação nos apupos ao peemedebista.

Sem reajuste

A Prefeitura de Aracaju não incluiu no salário de abril o reajuste de 8,32% concedido aos professores. O vereador Iran Barbosa (PT) lamentou o não pagamento da reposição, apesar de o projeto de aumento ter sido aprovado pela Câmara em regime de urgência justamente para que o reajuste fosse pago junto com o salário de abril. E aí, galera, cadê a grana dos professores?

Recorte de jornal

Publicado no jornal aracajuano Gazeta Socialista em 29 de abril de 1950

Resumo dos jornais

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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