Lola Montès (FRA-ALE/1955)

Muitos vêem “Lola Montès” como a obra máxima de Max Ophüls. Para Truffaut, por exemplo, “quem nunca viu Lola Montés, não pode entender de cinema”. Exageros, à parte, o fato é que o apuro estético e a exuberância das cores em Cinemascope são um marco neste filme baseado no romance de Cécil Saint-Laurent e adaptado para o cinema pelo próprio Ophüls, Annette Wademant e Jacques Natanson.

No melodrama, acompanhamos a história de Lola Montès (Martine Carol), uma dançarina e cortesã do século XIX, que ficou célebre por romances escandalosos com o compositor Franz Liszt e com o Rei Ludwig I da Baviera.

A história é contada de forma teatral sendo encenado num picadeiro. Quem comanda a narrativa é o apresentador vivido pelo ator Peter Ustinov, enquanto Martine Carol dá vida a uma Lola já em final de carreira e melancólica. A plateia vai paulatinamente sendo envolvida pelos números circenses que servem de alegoria à ascensão e queda da reputação da cortesã, enquanto que o espectador do filme acompanha com riqueza de detalhes suas incursões amorosas em flash-backs muito bem conduzidos por Ophüls.

A versão que sai agora em DVD pela Versátil Home Video foi restaurada pela Cinemateca Francesa e além do filme impressionar pela beleza visual, nos extras consta featurette com Martine Carol, trailer da versão restaurada, biografia de Max Ophüls e um magnífico making of  do filme, onde é possível conferir entrevistas com Peter Ustinov, Max Ophüls (apenas o áudio), o assistente de produção Tony Aboyantz, a roteirista Annette Wademant, o diretor de arte Robert Christidès, entre outros.

Por Suyene Correia