Nesse duelo de titãs, entre Ben Kingsley e Jennifer Connely, quem ganha é o espectador com atuações primorosas de ambos. O filme mostra a busca incessante de Kathy (Connelly) e Massoud Behrani (Kingsley) em alcançar “o sonho americano”, cada um a seu modo.

Enquanto Kathy tenta superar a depressão, por conta crise da abstinência alcoólica e do abandono da família, Behrani, um ex-oficial iraniano, fugido do país por conta do regime dos aiatolás, espera se reerguer financeiramente na terra do Tio Sam.

Por conta de um equívoco do poder público municipal, Kathy tem sua confiscada e posta a leilão. Behrani que trabalha em dois sub-empregos para manter o status que tinha no país de origem, vê a chance de sair do “vermelho” arrematando a bela casa por uma bagatela.

O problema é que Kathy vai atrás de seus direitos e esbarra não só na burocracia do governo, mas também no determinismo do ex-coronel que não desiste do imóvel que acabou de adquirir. Difícil se posicionar do lado de um deles, porque aqui, o que fala mais alto é a possibilidade de sair do caos, de elevar a auto-estima, custe o que custar.

O mérito do diretor Perelman, no seu filme de estreia, é justamente fugir do maniqueísmo barato e manter o espectador “ligado” na história até o final, recheado de fortes emoções.

Por Suyene Correia