Ações estratégicas reduzem em 43% o índice de infestação do Aedes aegypti em Aracaju
O quinto e último Levantamento de Índice Rápido do Aedes aegypti (LIRAa) de 2022 de Aracaju, além de atestar que nenhum bairro está em alto risco de infestação para o mosquito, mostra uma redução expressiva de 43,4% no comparativo com o do mês de maio, quando o indicador de infestação chegou a 2,3%, o mais alto do ano.
Esses dados, coletados pela Secretaria Municipal da Saúde (SMS), refletem diretamente o trabalho diário da Prefeitura de Aracaju no combate ao mosquito transmissor de dengue, zika e chikungunya. O Levantamento é realizado a cada dois meses e tanto auxilia a gestão a nortear ações, quanto serve de alerta para a população, na medida em que identifica o índice de infestação por bairro.
O LIRAa pode ser classificado em três níveis: baixo (até 0,9%), médio (de 1,0% a 3,9%) e alto (acima de 4,0%). Atualmente, a capital segue sem nenhum bairro em alto risco
Em março, Aracaju estava com 2,2% de índice de infestação. Esse número subiu para 2,3% em maio e se manteve em julho. No mês de setembro, quando o quarto levantamento foi realizado, houve uma queda de 35%, com o índice chegando a 1,5%.
O primeiro LIRAa de 2022 foi divulgado no mês de abril, após levantamento realizado em março, quando a capital foi autorizada a retomar o trabalho de visitas intradomiciliares realizado pelos agentes de endemias, que estava suspenso por decisão judicial por conta da pandemia da covid-19.
No primeiro índice, Aracaju havia apresentado um aumento de 100% de infestação por Aedes em relação ao LIRAa realizado no mesmo período do ano passado que, de acordo com a secretária municipal da Saúde, Waneska Barboza, refletiu os oito meses em que a gestão foi impedida de realizar a coleta de dados.
No entanto, salienta a gestora, após a retomada das visitas e a divulgação dos levantamentos, Aracaju passou a apresentar queda do índice de infestação, o que confirma o resultado positivo do intenso trabalho de combate desempenhado pela Prefeitura, sobretudo nos bairros que apresentam os maiores índices.
Até o momento, a Secretaria Municipal da Saúde já confirmou, neste ano, 2.824 casos de dengue, 1.130 de chikungunya e 38 de zika. Esses e outros dados sobre arboviroses podem ser acessados a qualquer momento por toda a população no Painel de Monitoramento disponibilizado no site da Prefeitura de Aracaju.
“O LIRAa é educação permanente, os cuidados relacionados ao Aedes têm que ser contínuos junto ao cidadão. A capital permanece na classificação considerada de médio risco para o aparecimento de surtos ou epidemias”, destaca a secretária Waneska.
Combate ao mosquito
De acordo com o gerente do Programa Municipal de Controle do Aedes aegypti, Jeferson Santana, o município mantém uma rotina de ações de combate durante todo o ano, trabalho que responde pelos impactos significativos na redução do índice de infestação do mosquito na cidade.
No período de janeiro a outubro deste ano, as equipes de combate às endemias realizaram 384 mil visitas aos imóveis residenciais de Aracaju, o que corresponde a mais de uma visita por ano em cada unidade, sendo esta uma das principais iniciativas da gestão para barrar o crescimento de criadouros.
Além disso, até o momento, as equipes da SMS já realizaram mais de 56 mil visitas a estabelecimentos comerciais da capital, quase 16 mil visitas a terrenos baldios, e 36.111 visitas em imóveis de repartições públicas, escolas municipais, creches, hospitais, entre outros.
“Esse é o trabalho de rotina que as nossas equipes fazem de segunda a sexta-feira, e nesse trabalho estratégico temos duas ações. Uma é identificar o possível criadouro e fazer a eliminação, e quando necessário fazemos o tratamento químico. Quando é um local que tem muitos depósitos e não dá para fazer a eliminação de todos eles, entramos com a aplicação do inseticida residual nesses locais”, explica o gerente.
Ele destaca ainda que, aliado a isso, a Secretaria da Saúde atua em parceria com a Emsurb para a coleta de pneus, um dos principais criadouros do Aedes aegypti, trabalho que já resultou no recolhimento de mais de 46 mil pneus este ano.
Para o controle do Aedes, em Aracaju, a SMS utiliza também o fumacê costal e realiza monitoramento estratégico de locais com grande concentração de pessoas, os quais recebem visitas a cada 15 dias para inspeções.
Uma outra ação de impacto são os mutirões de combate ao mosquito, realizados sempre aos sábados para reforçar as ações desenvolvidas durante a semana. Este ano, a Prefeitura já realizou 17 mutirões, uma média de três por mês, com intenso trabalho no segundo semestre, quando foi identificado aumento no número de casos notificados de dengue em Aracaju.
Cuidados no verão
A atenção deve ser redobrada no período de dezembro a março, quando há maior chance de infestação do mosquito, por conta do calor causado pelo verão e os registros de chuvas. Segundo Jeferson, o inseto se adapta às condições climáticas mais quentes, portanto, temperaturas elevadas e chuvas constantes aumentam a possibilidade de surgimento de criadouros e focos do mosquito.
“Mantemos o alerta para que as pessoas tenham uma rotina de limpeza em suas casas e locais de armazenamento de água. É preciso sempre verificar os quintais, porque pode ser até mesmo uma tampinha, ou uma garrafa, ou pneu, locais que podem armazenar água. Destaco a atenção para os ralos em áreas de ventilação, porque sempre fica água parada nesses locais. Água da chuva é limpa e faz com que o mosquito possa encontrar nesses depósitos os seus criadouros”, reitera.
O gerente salienta ainda que, em caso de qualquer sintoma da doença, é importante que a população busque ajuda médica de imediato. “Mesmo com todos os cuidados, sempre orientamos à população que ao perceber sintomas como febre, dores de cabeça, manchas avermelhadas na pele, não se automedique, mas procure ajuda médica imediatamente na unidade de saúde de referência da sua região”, reforça.
Painel de monitoramento
O painel de monitoramento de arboviroses, alimentado pela Secretaria Municipal da Saúde, é mais uma ferramenta de auxílio no planejamento de ações de combate ao mosquito. Na página virtual, o cidadão tem acesso a informações como a classificação das arboviroses: dengue, chinkungunya e zika vírus, com casos suspeitos e descartados; quantidade de pacientes por semana epidemiológica; sintomas; número de pacientes por sexo e pacientes gestantes.
Também é possível acessar os dados sobre o Levantamento de Índice Rápido do Aedes aegypti (LIRAa) e toda a série histórica com a média de índice por ano (a partir de 2017), detalhado por mês e bairros.