Vacinação em Aracaju: seis meses de desafios e 371 mil vacinados

 

Todas as manhãs, os veículos da Secretaria Municipal da Saúde (SMS) saem da Rede de Frios, onde ficam armazenadas as vacinas para a covid-19, e distribuem para os pontos de vacinação, que às 8h iniciam a imunização dos aracajuanos. Tem sido assim desde 19 de janeiro, quando a Prefeitura de Aracaju começou a vacinar os profissionais de saúde.

Passados mais de seis meses desde o início da vacinação, mais de 371 mil aracajuanos já receberam a primeira dose, o que representa mais de 55% da população geral. Se consideradas as pessoas acima de 18 anos, que são o público-alvo do Plano Nacional de Imunização, Aracaju já atingiu 72% da população imunizada.

Esses índices foram conquistados somando o planejamento adotado pela Prefeitura, focado no rigor e celeridade da vacinação, com o trabalho intenso, uma sofisticada e rigorosa logística e a dedicação das equipes, que trabalham de domingo a domingo.

“Aracaju está entre as capitais do Nordeste com maior celeridade na vacinação, registramos o recorde de mais de 11 mil vacinados em um único dia. Nossa competência logística e de pessoal para vacinar com muita agilidade já foi comprovada, mas, infelizmente, a quantidade de vacina que chega ainda tem sido pequena,” destaca a secretária da Saúde, Waneska Barboza.

Logística eficiente
O primeiro lote de vacina contra covid chegou a Aracaju na noite do dia 18 de janeiro e, já na manhã do dia 19 as doses foram aplicadas, com equipes treinadas e preparadas para imunizar a população.

Esse rigor no gerenciamento e a celeridade na aplicação se tornaram as diretrizes da vacinação na capital. Quando recebeu o primeiro lote da vacina da Pfizer, que tem um procedimento mais complexo para armazenamento e aplicação, a Prefeitura já estava com a logística pronta e com os profissionais treinados para administrá-la, o que possibilitou a aplicação das vacinas horas depois de serem entregues à SMS.

“A demora é só a gente receber vacina. Temos uma rápida resposta na aplicação e os dados comprovam isso”, enfatiza Waneska. E essa celeridade exige um planejamento detalhado: são quatro tipos de imunizante, sendo aplicados como primeira e segunda dose, há ainda a complexidade do armazenamento, da distribuição, da gestão dos pontos de aplicação e das equipes de vacinação.

A secretária ressalta que a energia dispendida exclusivamente para a vacinação contra a covid é muito grande, e isso é feito com todos os outros serviços da Saúde em pleno funcionamento. “É um desafio enorme manter o ritmo que a gente vem mantendo, com todo mundo ainda engajado, trabalhando todos os dias, sem pausas, para avançar na vacinação. É muito difícil, mas temos conseguido”, avalia.

A gestão dos pontos de vacinação foi um dos principais motivos para garantir a celeridade. “A cada etapa, nós atualizamos o planejamento, avaliando as demandas e adotamos a melhor estratégia para alcançar nossa meta”, esclarece a secretária.

Entre as estratégias adotadas, é possível destacar os pontos de vacinação distribuídos em todas as regiões da capital, o estabelecimento de drive-thru no Parque da Sementeira e, posteriormente, no 28º Batalhão de Caçadores.

Outro ponto de destaque da vacinação em Aracaju foi a criação do VacinAju, portal para cadastro das pessoas dos grupos prioritários que seriam vacinadas, o que possibilitou à SMS um controle mais preciso da vacinação.

Aproveitamento
Além de garantir a celeridade na aplicação das vacinas, a eficiência da logística adotada em Aracaju é atestada pelo aproveitamento das doses, que tem um índice de perda de menos de 1%. Waneska explica que o aproveitamento quase total das doses só é possível graças ao gerenciamento que foi elaborado pela SMS.

Como as Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e os pontos fixos funcionam até às 16h, o que sobra nesses locais é encaminhado para os drive-thrus da Sementeira e do 28º Batalhão de Caçadores, que funcionam até às 17h.

“Se até o fechamento dos drives sobrar alguma dose, nós temos algumas listas, seja do VacinAju ou das pessoas que enviaram e-mail justificando a ausência na data prevista, então ligamos para as pessoas dessas listas indicando o local onde elas devem ir pra tomar a vacina, com isso conseguimos evitar o desperdício”, detalha a secretária.

O esforço para aproveitar as doses ao máximo é uma preocupação constante desde a primeira fase da vacinação. As doses que sobraram no final do dia já foram utilizadas para imunizar idosos acamados, pessoas em situação de rua, trabalhadores da limpeza pública, estudantes de medicina.

Para otimizar a campanha de imunização na capital, a Prefeitura realiza busca ativa para a primeira e segunda doses. Na primeira, quando há sobras de doses nos pontos de vacinação, para que não haja perdas, a equipe do Programa Municipal de Imunização entra em contato pessoas já cadastradas e aprovadas no site do VacinAju e que estejam dentro da idade vigente para vacinação.

Para a segunda dose também é feita uma busca ativa, em que a equipe do Programa Municipal de Imunização entra em contato com as pessoas que já estão aptas e que ainda não buscaram o serviço, diminuindo, assim, a taxa de absenteísmo.

Desafios e avanços
Ao longo desse semestre direcionado à vacinação contra covid, Waneska conta que os desafios foram inúmeros. O principal deles foi, dentro da limitação da quantidade de vacinas recebidas, administrar da melhor forma a aplicação, garantindo a imunização do maior número de pessoas e conseguindo diminuir os índices que, por muito tempo, se mantiveram altos.

Outro grande desafio foi contratar pessoal, conseguindo montar as equipes com recursos limitados, mantendo esses profissionais engajados, mesmo com o cansaço de mais de um ano de pandemia. Atualmente, mais de 600 profissionais, entre enfermeiros, técnicos de enfermagem, motoristas e o pessoal do administrativo trabalham diariamente para viabilizar a vacinação contra a covid em Aracaju.

Tudo isso demandou um investimento elevado, o que exigiu da Prefeitura um planejamento orçamentário para pagamento do pessoal, que tem um custo mensal em torno de R$649 mil, além dos gastos com insumos e equipamentos, a exemplo das duas câmaras frias para armazenamento das vacinas, que custaram R$171 mil, e do material de consumo e Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), que soma R$90.623,14.

Esses desafios foram superados com planejamento, que precisou ser atualizado a cada nova fase do Plano Municipal de Vacinação, que primeiro foi direcionado aos públicos prioritários, com a imunização dos profissionais da saúde, idosos, pessoas com deficiência ou comorbidades, profissionais de segurança e salvamento, trabalhadores da educação, do transporte público, da construção civil, da indústria, dos Correios, bancários, além de grávidas e puérperas.

Em paralelo à imunização dos públicos prioritários, a Prefeitura iniciou a vacinação por faixa etária. “Com isso, conseguimos avançar bastante, ampliando o índice de aracajuanos imunizados e continuaremos trabalhando para imunizar toda a população no menor tempo possível”, enfatiza a secretária.

Resultados alcançados
O resultado desse trabalho intenso ao longo dos últimos seis meses foi a melhora do quadro epidemiológico, que apresenta queda pela oitava semana consecutiva, com a diminuição dos números de novos casos, de internados e de óbitos.

“Quando alcançamos o patamar de 40% da população imunizada com a primeira dose, já começamos a perceber uma redução dos índices e a significativa melhora do quadro epidemiológico. Isso é resultado direto da vacinação e da continuidade das medidas de biossegurança que foram estabelecidas pela Prefeitura e adotadas pela população”, relata Waneska.

Com essa melhora, foi possível flexibilizar as medidas restritivas, proporcionando a reabertura gradativa do comércio e a liberação de atividade nas praias e parques da capital. Para que esses índices continuem a cair e a pandemia possa ser controlada, ainda há muito trabalho pela frente.

A secretária comenta que agora o principal desafio é avançar na aplicação da segunda dose, por isso a Prefeitura tem seguido a nova determinação do Ministério da Saúde e está adiantando a aplicação do reforço da AstraZeneca e da Pfizer.

“Nós já conseguimos concluir o ciclo vacinal de 20% da população, com uma taxa de absenteísmo de 3%. Nosso esforço atual é aumentar o índice de vacinados com a segunda dose, pois é só com a aplicação do reforço que a imunização está completa”, afirma Waneska.

Todas as informações sobre a vacinação contra a covid na capital, com números sempre atualizados, estão disponíveis no Painel Covid, no site da Prefeitura de Aracaju. Além disso, a Agência Aracaju de Notícias divulga diariamente informações atualizadas sobre as etapas da vacinação e balanços sobre o número de vacinados. “Qualquer cidadão pode acessar esses dados e informações, para acompanhar os avanços e nossos esforços, que são realizados com rigor, celeridade e transparência”, pontua a secretária.

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