A cultura do barro em destaque

Acontece, até o próximo dia 29 desse mês, na galeria de Arte do Serviço Social do Comércio – Sesc/Centro, a exposição “Do Barro ao Cântico”. O evento, que tem como principal fundamento criar oportunidades para o fortalecimento cultural dos sergipanos, vai apresentar artefatos em cerâmica, de Santana do São Francisco – Carrapicho – e do artista plástico Beto Pezão, colocando em foco o milenar ofício da criação artesanal com o barro e reconhecendo nos oleiros sergipanos, autênticos ceramistas, com capacidade de produzir as mais belas formas. O público poderá ter acesso à produção artesanal e conhecer de perto as técnicas de modelagem desenvolvidas pelos artesãos de Carrapicho. Entre o material que está em exposição encontram-se jarros e cofres em diversos tamanhos e formas, cântaros, esculturas de pessoas e animais, panelas de barro, filtros, cinzeiros, porta-guardanapo e outros. São peças que transcendem a simples estética do olhar, alcançando a sua aplicação no cotidiano das pessoas e do trabalho perpetuado de pai para filho, desde os primórdios da civilização. SANTANA DO SÃO FRANCISCO – Situada a 85 km de Aracaju, a cidade Santana do São Francisco mantém as tradições dos seus antepassados. Apesar das dificuldades para projetar o seu produto no mercado, a cerâmica continua sendo a principal fonte econômica do município. “É preciso mirar não somente as formas e aplicação prática dessa arte, tão desvalorizada com o consumo estimulado da indústria moderna, mas refletir e incentivar a continuidade da verdadeira cultura popular”, afirma a diretora regional do Sesc, Ana Virgínia Araújo. REFERENCIAL ARTÍSTICO – Nascido em Santana do São Francisco, José Roberto Freitas, o Beto Pezão, é um grande referencial do artesanato sergipano, produzindo peças nacionalmente conhecidas pelo seu trabalho diferenciado, que são as esculturas de homens e mulheres sertanejos, cuja marca principal são os pés e mãos em tamanho desproporcional ao corpo. “Minhas peças registram o que recordo de minha infância no interior do Estado, são lembranças vivas de um povo sofrido que trabalha arduamente na lavoura”, diz Beto. Além da notoriedade nacional, o artista plástico já rompeu fronteiras com o artesanato, participando de exposições em outros países como, Portugal e Chile.