A transposição das águas do rio São Francisco foi um dos assuntos mais abordados na coletiva que o candidato à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva concedeu na manhã de ontem, no auditório do aeroporto de Aracaju. “A nossa posição não é uma posição eminentemente ideológica, nem uma decisão de princípio. É uma decisão de respeito à nossa consciência, à ética na política e àqueles que estão na universidade brasileira pensando há muitos anos sobre como resolver a convivência do nordestino com a seca no Brasil”, diz Lula. Segundo o presidenciável, a questão da seca o nordeste não deve ser combatida por se tratar de um fenômeno da natureza. Lula diz que devem ser criadas políticas públicas de convivência com a seca, criando as condições para que as pessoas possam tirar proveito da seca e sobreviver dignamente. “Quando eu terminei a caravana do nordeste, fui a um deserto no Estado de Israel e eu vi as pessoas plantarem pêssego, uva, rosas, para exportar para a Holanda, em um deserto num processo de irrigação”, conclui. A saída encontrada pelo candidato, para o problema do rio São Francisco, é a recuperação da cabeceira do rio. “A primeira tarefa de um Governo responsável é recuperar a cabeceira do rio São Francisco, que foi irresponsavelmente destruída. O desmatamento é visível para quem quiser ver, com a morte de centenas de afluentes do rio São Francisco”, diz ele.