A Semana Santa mudou

Decididamente já não se fazem Semanas Santas como antigamente. Quando o escriba desta nota era um pirralho de calças curtas, aí por volta dos meados dos anos 50, ficava contando os dias na folhinha para a chegada da Semana Santa, por que tinha-se garantido quase uma semana de dias santificados.

A partir do segundo expediente da quarta-feira, os estudantes já não iam mais às aulas, para freqüentar as igrejas, as encenações da vida de Cristo e até a queima de Judas. Queima de Judas? Havia em cada trecho de rua dos bairros da cidade um boneco retratando Judas.

No Sábado da Aleluia, antes de ser queimado, o boneco era surrado e havia a leitura de um divertido texto à guisa de testamento. Na quinta-feira da paixão, o comércio fechava e todos entravam em atos de contrição por estes dias tristes. Claro que não havia aulas, como não havia expediente bancário nem comércio funcionando.

O consumo de marisco era obrigatório – nada de carne vermelha, portanto, nada de churrascada, etc. e tal. Havia muitos católicos praticantes que iniciavam um jejum de 48 horas, só terminado ao alvorecer do sábado da aleluia.

A Sexta-Feira Santa – assim mesmo com maiúsculas para se manter o respeito – era um daqueles feriados tristes. Quase não se saía de casa, a não ser para, à tarde, acompanhar a procissão do Senhor Morto.

Por Ivan Valença

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