A Polícia Civil de Sergipe indiciou três pessoas por um golpe de pirâmide financeira que causou um prejuízo estimado em R$ 60 milhões a vítimas no estado. Entre os indiciados está o suposto líder do esquema, que usava sua popularidade nas redes sociais e promessas de altos rendimentos para atrair vítimas.
A investigação é conduzida pela Delegacia de Defraudações e Combate à Pirataria (DDCP), ligada ao Departamento de Crimes Contra o Patrimônio (Depatri), e o caso veio a público nesta quarta-feira, 27.
A delegada Suirá Paim informou que o inquérito foi aberto em outubro de 2023, após algumas vítimas procurarem a delegacia, alegando que os rendimentos mensais prometidos não estavam sendo pagos e que os valores investidos teriam sido transferidos para outra empresa.
Segundo a delegada Lauana Guedes, o esquema operava sob o disfarce de um ‘Clube de Investimentos’, que prometia lucros mensais garantidos de, no mínimo, 2%, sem oferecer produtos ou serviços reais. As vítimas relataram que o líder do esquema se apresentava como um gestor de ativos de sucesso e intermediador de negócios financeiros, contando com mais de 115 mil seguidores no Instagram.
Apesar da imagem de sucesso, as investigações revelaram que o líder do esquema não cumpria com as promessas de pagamento, justificando que os recursos tinham sido transferidos para outra empresa sem o consentimento dos clientes. Apenas 2,32% dos valores foi realmente transferido, sugerindo que as alegações eram falsas ou não afetavam os contratos com as vítimas, conforme detalhou a delegada Suirá Paim.
O esquema também envolvia gerentes de investimentos que captavam novos investidores, atraídos pela promessa de rendimentos acima do valor de mercado, especialmente em criptomoedas. A investigação concluiu que os investimentos prometidos nunca aconteceram de fato.
Prejuízos e histórico do esquema
No período entre abril de 2019 e janeiro de 2023, os investigados obtiveram vantagem indevida por meio do esquema de pirâmide financeira, movimentando cerca de R$ 60 milhões. Porém, as investigações indicaram ainda que grande parte das vítimas já havia aportado valores em investimentos capitaneados pelo líder do esquema – enquanto pessoa física, junto a outra empresa – nos anos de 2017 e 2018 com a compra de supostas cotas de investimentos atrelados ao dólar.
Em 2018 e 2019, as vítimas começaram a receber sondagens e propostas do líder e dos prepostos do esquema para alocação de recursos em outra operação que ele criou: o ‘Clube de Investimentos’, alvo da ação policial da DDCP. Segundo o informado pelo grupo às vítimas na época do fato, o produto anterior seria descontinuado. Diante disso, as vítimas migraram seus investimentos para o ‘Clube de Investimentos’, ou adquiriram cédulas de crédito bancária, bem como novos clientes foram realizando suas contratações.
por João Paulo Schneider
Com informações da SSP
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