Adolescente morre em confronto com a polícia na Malvinas

Policiais ocupam a Invasão das Malvinas (Fotos: Cássia Santana/Portal Infonet)

A polícia desencadeou uma operação especial no início da manhã desta sexta-feira, numa comunidade conhecida como Invasão das Malvinas, na região do aeroporto de Aracaju, para cumprir seis mandados de prisão contra supostos traficantes. Um adolescente morreu em confronto com os policiais, quatro pessoas foram presas e um deles não foi localizado porque mudou de endereço, segundo informou o capitão Hiran Rocha, comandante da Rádio Patrulha da Polícia Militar.

O adolescente Robson Medeiros de Menezes, 17, teria reagido, trocado tiros com os policiais, foi baleado e morreu dentro da ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), quando chegava à Unidade de Pronto Atendimento Nestor Piva [Zona Norte]. De acordo com o capitão Rocha, Robson era um dos procurados por envolvimento com o tráfico de drogas, porte de arma, homicídios e assaltos.

Conforme o capitão, dos seis mandados de prisão apenas um não foi cumprido porque o suspeito não reside mais naquela região. Foram presos o suposto chefe da quadrilha identificado como Ricardo Medeiros Cavalvante, 36, que teria usado o filho, uma criança de dois anos com síndrome de down, como escudo para escapar da operação policial, José Adriano dos Santos, 32, conhecido como Bráulio, Éverton Michel Batista da Silva, 24 [o Shrek], e um adolescente de 16 anos, segundo informou a assessoria de imprensa da Secretaria de Estado da Segurança Pública.

Delegada Mayra Moinhos e o Capitão Rocha: estratégia para desarticular quadrilha

Todos eles já vinham sendo investigados, conforme alerta a delegada de polícia Maira Moinhos, titular da 4ª Delegacia de Polícia. Em decorrência das investigações, a polícia já estava com os seis mandados de prisão contra o grupo que, supostamente, comanda o tráfico de drogas naquela área.

Susto

A operação mobilizou cerca de 50 policiais militares e civis e foi iniciada pouco antes das cinco horas da manhã desta sexta-feira, 12. “Eu acordei com a luz do helicóptero na minha testa, foi um grande susto”, diz uma mulher que reside na área. Ela teme a ação dos traficantes e prefere o anonimato. “Não há nenhum inocente preso, mas a gente não fala nada. A gente fica muito feliz com esta ação da polícia”, comenta. “Aqui, eles não mexem com ninguém e a gente fica neutra”, disse.

Helicóptero danifica telhado da casa em voo rasante

Os moradores demonstram satisfação, com ressalvas. “Desde que eles façam o trabalho deles sem destratar os moradores”, reage um rapaz, também morador que prefere o anonimato. Um outro morador reclamou porque o telhado da casa foi afetado devido à proximidade do helicóptero do Grupamento Tático Aéreo (GTA) da Polícia Militar. “Fazer o quê, né? Agora, vou me preparar para trocar as telhas quebradas”, lamentou.

Durante a operação, os policiais receberam novas denúncias e as equipes continuam distribuídas na região. A polícia ainda não divulgou o quantitativo. Pelo menos um revólver e um montante de crack e maconha foram apreendidos, objetos encontrados, segundo o capitão Rocha, na casa do mentor do tráfico, o Ricardo Cabeludo, que também está preso na 4ª Delegacia Metropolitana. No momento em que foi preso, Cabeludo estava na companhia da esposa e dos dois filhos.

Tropa de Choque é auxiliada por cães

A polícia descarta o envolvimento da família dele com as ações criminosas do grupo, mas acredita que a mulher dele sabia das negociatas. “Mas ela diz que desconhecia completamente”, comenta o capitão. Por questão de segurança, a mulher e os filhos de Cabeludo também foram encaminhados à Delegacia de Polícia e receberão atendimento do Conselho Tutelar.

Por Cássia Santana

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