Dois adolescentes, de 14 e 15 anos, tiveram alguns dedos das mãos amputados após acidente com fogos de artifício durante as celebrações dos festejos juninos. Esse foi um dos casos registrados na Unidade de Tratamento de Queimados (UTQ) do Hospital de Urgência de Sergipe Gov. João Alves Filho (Huse). Na manhã desta sexta-feira, 1º, a unidade hospitalar detalhou os atendimentos que foram realizados durante o último mês.
De acordo com o balanço apresentado, somente em junho, o Huse atendeu 45 pacientes com queimados no geral, sendo 24 destes por fogos de artifício. Apesar da diminuição, em 2022, dos traumas de queimaduras em geral, os traumas por fogos de artifício aumentaram em 200% neste mês de junho, em comparação a 2021.
“O ano de 2022 contou com casos mais graves. Apesar do atendimento ter sido um pouco menor que em relação a 2021, nós obtivemos casos mais graves e que persistiram e precisaram de internação. Os casos de fogos de artifício, que não enfrentamos no ano passado, cresceram bastante e com queimaduras graves e extensas. Além disso, os atendimentos às crianças também foram maiores, onde 19 desses casos foram na faixa das crianças e adolescentes”, explicou a médica e coordenadora da cirurgia plástica, Moema Santana.
O coordenador da Unidade de Tratamento de Queimados e membro da Sociedade Brasileira de Queimaduras (SBQ), Bruno Cintra, também falou sobre os casos graves que ficaram internados na UTQ durante o mês de junho. “Estamos finalizando o mês de junho com cerca de 90% da capacidade da Unidade. Dos 15 pacientes que chegaram ao internamento, 4 são por fogos de artifício, o que é um número alto para o tipo de queimadura, a qual consideramos evitável e que pode possuir consequências permanentes, como a perda dos movimentos das mãos e dos pés. Nesse caso, os pais precisam ter mais responsabilidade em não deixar bombas com crianças”, afirma o cirurgião plástico.
Traumas
Com diminuição em relação aos outros meses, o atendimento aos pacientes vem acontecendo com eficácia no mês de junho. A superintendente do Huse, Adriana Meneses, explica como a mudança de logística no atendimento aos pacientes em parceria com os hospitais regionais facilitou o atendimento. “Dentro das nossas ações de trabalho no hospital, percebemos que alguns pacientes presentes não estavam dentro do perfil de atendimento de urgência, o que atrasa o atendimento e gerava uma superlotação ao longo do hospital. Partindo dessa análise, fizemos uma reunião com os responsáveis técnicos dos hospitais e alinhamos o fluxo desses pacientes de traumas menores com as unidades regionais para que pudessem redefinir o perfil dos pacientes que precisam chegar até o Huse e quais atendimentos as unidades regionais podem lidar. Dessa forma melhoramos o atendimento aos pacientes no Hospital de Urgências, com um giro maior de leitos e mais rapidez para o auxílio a pacientes que podem ser enviados a outras unidades”, destacou a superintendente.
O coordenador médico do pronto-socorro, Ikaro José, detalhou os dados de atendimentos a vítimas de trauma, como acidentes de trânsito, arma de fogo e arma branca, por exemplo. “No mês de junho tivemos o total de 805 atendimentos a pacientes vítimas de trauma. Em comparação aos outros meses, janeiro a maio, tivemos uma diminuição de 14,65%, um reflexo do trabalho de conscientização das unidades regionais e da SAMU, que conseguiram prestar o primeiro atendimento sem precisar encaminhar para o Huse. Os casos que chegam ao Huse são os mais graves e que necessitam de atendimento especializado”, disse.
por João Paulo Schneider
Com informações da SES
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