Advogado que repassou celulares a presos é liberado após prestar depoimento

Bruno Costa Souza recusou-se a falar com a imprensa para contar a sua versão (Fotos: Portal Infonet)

O advogado Bruno Costa Souza, preso em flagrante por repassar dois aparelhos celulares e cinco carregadores de bateria a dois internos do Pavilhão 2 do Complexo Penitenciário Carvalho Neto (Copencan), em São Cristóvão, foi solto logo depois de prestar depoimento e assinar um Termo Circunstanciado na Delegacia Plantonista da capital. Ele não quis conceder entrevista à imprensa. O fato ocorreu na tarde desta sexta-feira, 22.

De acordo com o delegado Washington Okada, Souza deve depor na segunda-feira, 25. Ele vai responder pelo crime de favorecimento real, previsto no artigo 349 do código penal, que prevê de três meses a um ano de prisão. “A lei infelizmente é branda, por isso ele vai responder em liberdade. Ele volta na segunda-feira para ser interrogado”, disse Okada. O delegado confirmou que Bruno responde a outros processos, mas não soube especificar quais são.

Os dois internos também prestaram depoimento na Delegacia Plantonista

Um dos agentes que presenciou a ação do advogado e não quis ser identificado, disse que Bruno Souza repassou os
celulares e os carregadores durante a visita aos dois internos. Os agentes desconfiaram quando ele abaixou e pegou algo escondido na meia. “Esperamos ele terminar a visita e dois agentes revistaram os internos, enquanto um agente ficou ao lado do advogado. Encontramos, com um preso, os dois celulares, e com o outro, os carregadores”, relata.

Os detentos são João Gabriel Silva Santos e Valdeclécio da Silva. Eles também foram encaminhados à Delegacia Plantonista para prestar depoimento e liberados em seguida.

O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil secção Sergipe (OAB/SE) Carlos Augusto Monteiro, explicou que acompanhou o advogado atendendo a uma prerrogativa profissional. Ele confirmou que a entidade abrirá um procedimento administrativo para apurar a conduta do advogado, que pode receber desde uma advertência à expulsão.

Carlos Augusto diz que conduta do advogado será apurada e ele pode ser punido

“Estamos em uma fase de apuração, mas se for constatada a ilegalidade ele vai responder administrativamente. A soltura está prevista na legislação. Se confirmado, é um ato gravíssimo”, avalia. Monteiro disse, por outro lado, desconhecer que o advogado responda a outros processos.

Por Diógenes de Souza

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