Agressões sofridas por transexual sergipana repercutem

“Demorou, mas aconteceu. Eu virei estatística”. Esse foi o título da postagem em que a transexual Sofia Favero Ricardo, 20, estudante do curso de Psicologia em Aracaju, faz um relato da discriminação sofrida dentro de um ônibus. Ela foi agredida e obrigada a descer do coletivo, após denunciar que um dos passageiros havia colocado a mão entre suas coxas. O fato ganhou repercussão na imprensa do país e principalmente nas redes sociais.

Na Fan Page ‘Travesti Reflexiva’, a estudante conta como aconteceu o assédio e as agressões físicas e verbais dentro do ônibus da linha  Atalaia/Bugio, quando estava se deslocando até a Faculdade Pio Décimo, localizada a Av. Tancredo. “Eu estava indo para a faculdade, onde curso psicologia, quando senti que havia algo estranho entre as minhas pernas, não tinha ninguém atrás de mim, só do meu lado. Quando virei a cabeça para a direita vi que o homem ao meu lado estava com a mão esquerda pra baixo, e essa mão estava entre as minhas pernas. O motorista acabou parando o ônibus bruscamente em um sinal, e eu pude sentir que o rapaz estava me apalpando, conta.

Sofia Favero ressalta que deu uma cotovelada no homem e perguntou se ele tinha perdido alguma coisa passando a mão e ele respondeu que foi a bolsa. “Eu disse bem alto: você vai passar vergonha agora pra não repetir isso com menina nenhuma, isso que você fez é uma invasão”, prossegue Sofia na postagem do Facebook, acrescentando que outro rapaz gritou que o homem estava “apalpando um viado, um traveco, que deveria estar indo fazer programa”.

“Fiquei perplexa principalmente com mulheres que começaram a rir da situação e disse: vocês mulheres deveriam me apoiar ao invés de rirem de mim, pois essa reação vai impedir que esse nojento faça com vocês o que ele fez comigo. Foi quando o rapaz que me chamou de traveco, tirou uma faca da mochila e mandou eu descer dizendo que ia tirar o demônio do meu corpo. Quando estava descendo, ele me chutou no último degrau e eu cai, me ralei. Fiquei caída na porta da faculdade, ele desceu e me chutou na cabeça dizendo que meu lugar era no asfalto. Uma senhora desceu do carro que estava atrás, pegou o celular e ligou para a minha mãe”, ressalta.

Foi feito um Boletim de Ocorrência na Delegacia Plantonista e o caso está sendo acompanhado pela Secretaria de Estado dos Direitos Humanos por meio do Núcleo de Políticas LGBT. A página da Internet já obteve mais de 60 mil e 500 curtidas e quase 23 mil e 600 compartilhamentos.

Por Aldaci de Souza

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