Alguém tem que trabalhar

Não pode fechar nem perder a partida
Apesar da ruas vazias em dia de jogo da seleção brasileira na Copa, nem tudo pode parar de funcionar. Muitos trabalhadores vão mais cedo para casa, assistir ao jogo acompanhado de uma
cervejinha e um tira-gosto. Outros, no entanto, não podem ser liberados de seus expedientes normais e precisam se virar para não perder os lances dos jogadores na Alemanha.

 

Numa farmácia da cidade os funcionários assistem aos jogos na televisão cedida pela gerente. Daniel Viera, um dos atendentes, que teve que trabalhar todos os dias de jogos, diz que preferia estar com os amigos bebendo e comemorando exaltado cada gol do Brasil. “Aqui eu não vou poder beber, nem gritar, só posso mesmo assistir”, afirma, sem tirar os olhos da televisão.

 

A gerente da drogaria, Iva Paula, fica no computar trabalhando no cantinho da loja e diz que para

Tem que trabalhar
ela não faz muita diferença estar ou não trabalhando no dia de jogo, pelo menos por enquanto. “Se o Brasil passar para final, em casa ou trabalhando, eu paro tudo”, afirma. Apesar da paixão pelo futebol ela ressalta que, mesmo sendo jogo da seleção, a farmácia não pode fechar, “pois pode existir sempre um caso de emergência em que a pessoa precise de medicamentos”.

 

Assim como os setores da saúde, a segurança também precisa estar de prontidão para atender a população. Os guardas municipais Vanderluzia Silva e Cleverton Cardoso foram escalados para trabalhar enquanto a bola ia rolando em Dortmund, mas nem por isso eles perdem as principais jogadas. “Onde tiver uma televisão a gente está lá! Comemora dá uns gritos e toma uma água de coco no lugar da cerveja”, declara a agente da Guarda Municipal que assistiu o primeiro tempo do jogo na barraquinha de coco do Calçadão 13 de Julho.

 

Motoristas e cobradores insatisfeitos
Insatisfeitos

Alguns trabalhadores, no entanto, não tem a chance de ver a seleção em campo, como é o caso de motoristas e cobradores de ônibus. “Todo mundo tem direito de assistir. Deveria parar tudo, pois todo mundo é brasileiro e quer ver a seleção jogar”, declara o cobrador Cleonides Dias que tenta ouvir alguma coisa do jogo por um rádio de pilhas.O motorista José Moraes colega de trabalho de Cleonides é mais enfático ao afirmar, “estamos rodando sem necessidade, o ônibus está vazio. Isso é uma injustiça com a gente!”.

 

Com o final da partida, “um jogaço” de acordo com aqueles que puderam assistir, Cleonides, Moraes e todos aqueles que ficaram com o grito engasgado na garganta por conta do trabalho, vai poder sorrir e respirar aliviado. Afinal, com o 4×1 e um belo jogo da melhor seleção do mundo fica mais fácil de acreditar que o Brasil pode ser hexa. Agora é só torcer para ter uma folguinha no próximo jogo.

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