'Eu não estou bem de saúde não. É muita coisa ruim acontecendo de uma vez só', diz Almir do Picolé (Fotos: Portal Infonet)
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É de muita comoção, tristeza e medo o clima entre os funcionários da creche Almir do Picolé, na Piabeta, em Nossa Senhora do Socorro, depois do latrocínio sofrido pelo engenheiro Nicanor Moura Neto, 66, crime ocorrido dentro do estabelecimento por volta das 16h da terça-feira, 17. Almir relata que, no momento momento em que aconteceu o assalto na creche, ele estava no cemitério São João Batista, participando de um sepultamento e, naquele local, também foi vítima de um assalto.
“Eu não estou bem de saúde não. É muita coisa ruim acontecendo de uma vez só. Se eu tivesse lá tinham feito algo comigo também, porque eu ia enfrentar o bandido”, desabafou Almir do Picolé. Almir conta como aconteceu o assalto no cemitério. “Aconteceu um arrastão no cemitério. Estava cheio de gente, pois tinha quatro funerais e os criminosos me empurraram, roubaram dinheiro e celulares de todo mundo. Quando liguei para a creche para falar do acontecido me disseram desse caso de Nicanor. Estou muito abalado com tudo isso”, diz ele.
Almir do Picolé e os funcionários da creche compraram flores e levaram para o velório de Nicanor Moura, que aconteceu nesta manhã, 18, no Osaf. “Eu também faço um trabalho voluntário com enterros. Vivo para a caridade e agora sofro uma coisa dessas. Venho para o velório de uma pessoa do bem que era voluntário da nossa creche. Tudo isso por causa das drogas, pois as pessoas que fazem o mal estão sempre drogadas”, afirma.
Desespero
Uma funcionária da creche, que pediu para não ser identificada com medo de represália, informa que Nicanor Moura foi resistente para entregar a chave do carro para o assaltante. O que teria gerado um clima de grande desespero entre todos que estavam no local.
“Meus Deus, bem nenhum vale mais que uma vida. Depois que o marginal pegou a chave, a gente ficava falando para seu Nicanor voltar, mas ele saiu atrás dele”, disse. Segundo ela, em todo tempo, Nicanor Moura, que tinha ido à creche para fazer uma doação, ficava falando do amor de Deus para o criminoso, tentando fazê-lo desistir do assalto.
“Mas, não teve jeito, ele foi atrás do bandido até lá fora. Depois disso, só ouvimos os tiros. Eu não fui ver, mas só queria correr. Quero agradecer a Deus pelo livramento que ele deu a minha filha e a meus familiares que estavam aqui no momento do crime”, acrescenta.
Wendel Souto Santos, outro funcionário da creche, disse que constantemente acontecem assaltos na Piabeta, principalmente no entorno da creche de Almir do Picolé. “Todo dia tem um crime aqui, se não acontecer, não é a Piabeta, principalmente aqui na rua Maria Miranda, que é entrada e saída para os loteamentos. É fácil de os marginais fugirem e se esconderem porque tem uma área de difícil acesso de veículos”, informa.
Nicanor Moura Neto foi alvejado com dois tiros, não resistiu aos ferimentos e faleceu no hospital. O delegado-geral da Secretaria de Segurança Pública de Sergipe (SSP/SE), Alessandro Vieira, informa que a polícia esteve no local logo após o crime e o trabalho está focado na captura e prisão do criminoso.
“Estamos analisando as imagens, e divulgando-as para que a população possa ajudar no reconhecimento e identificação do criminoso”, diz. Informações sobre suspeitos podem ser passadas para o Disque Denúncia da SSP, discando o número 181 ou através do aplicativo Disque Denúncia SE.
Por Moema Lopes
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