Amigos, quase irmãos

É dessa forma que se pode definir a relação entre Emanuel Lazaro, 28, e de Ferreira Júnior, 27. Amigos desde a época do colégio, os dois, hoje professores, de matemática e educação física, respectivamente, comemoram, em 2005, 12 anos de uma relação de muito diálogo, respeito, companheirismo, confiança e afeto que consolidou-se a tal ponto que estendeu-se para o meio familiar de ambos.

Lazaro conta que o primeiro contato com Ferreirinha, como chama o amigo de longas datas, foi no Colégio Arquidiocesano, em 1993. Contudo, a amizade entre eles só veio a se intensificar e consolidar quando eles foram fazer o ensino médio no Colégio Nobel. Lá eles estudavam na mesma sala e passaram a fazer parte de um grupo de amigos tanto de farras como das horas difíceis. Foi do seio dessa turma que a relação de Ferreira e Lazaro tornou-se uma grande amizade.

“Desde o primeiro ano científico eu tenho um grupo de amigos e dentre esses, o que considero como essência de amizade, que eu permaneço sempre em contato até hoje, é o Emanuel Lazaro. Ele hoje está formado em matemática e a gente permanece com a amizade, podemos dizer, de forma diuturna, que a gente tem uma amizade muito forte e até brinca com as namoradas dizendo que tem que pedir permissão, senão não tem jeito. No meu convite de formatura eu coloquei assim: ‘Se anjo da guarda tivesse nome, o meu anjo da guarda se chamaria Emanuel Lazaro’”, descreve Ferreira.

O professor de educação física conta que Lazaro é o amigo para toda hora. É hoje a pessoa em que ele confia na hora do desabafo, de pedir um conselho, de discutir um problema e também a pessoa que está com ele nas comemorações e nos momentos de realização. “É uma amizade que em todo momento em que a gente precisa conversar, ou está com algum problema maior, ligamos e diante do que pode ser feito, a gente está lá para ajudar o outro, para conversar, esclarecer algum problema seja pessoal ou profissional”, conta o professor de educação física.

LEMBRANÇAS – Uma prova disso foi uma situação bastante peculiar vivida pelos amigos. Durante um sábado eles saíram para se distrair e tomar umas cervejas, como já haviam feito outras centenas de vezes ao longo dos anos de amizade. Contudo, o que era para ser mais um fim de semana comum por pouco não virou confusão. Eles contam que já no início da noite Ferreira, sem mais nem menos, amassou propositalmente a antena do carro de um desconhecido que também estava no bar. De pronto o dono do veículo veio saber o que tinha acontecido. Os amigos argumentaram que ele não costumava fazer esse tipo de coisa e conseguiram resolver a situação sem maiores problemas.

Emanuel Lazaro
Confusão desfeita, Lazaro conta que Ferreira cismou que ia embora e seguiu andando da Hermes Fontes até a 13 de julho. Emanuel narra que durante todo o percurso Ferreira insistiu para que os dois brigassem. “Ele ficava me provocando, dizendo que queria brigar comigo. Que não era porque eu sou grande que ele ia deixar de bater em mim. E eu dizendo a ele que não ia brigar com ele, que ele era meu amigo e que parasse com aquela história”, conta Lazaro. Chegando na 13 de Julho, Ferreira inventou que iria a pé para sua casa no Conjunto Augusto Franco. “Eu estava cansado tinha passado o dia na rua, insisti para que ele fosse para minha casa mas ele não quis. Dei meu chinelo e minha blusa para ele e disse para ir com cuidado. Foi a única vez que deixei ele ir para casa sozinho e bêbado”, relembrou Lazaro, pois Ferreira diz que não lembra de nada.   

SEGREDO – Já sobre qual é a formula para conservar essa amizade por tanto tempo, Ferreira explica que o segredo é fazer dela uma prioridade em sua vida. “Durante essa história do primeiro ano para cá, nessa vida atribulada da gente de vai para um lado vai para outro, fica muito complicado você permanecer com a amizade. Mas eu tenho na minha vida uma coisa, de o que é prioridade para você? Hoje a gente sabe que prioridade é o trabalho, é sua família e eu elenco dentro dessa base estrutural que é a família, um amigo ou amiga”, explica Ferreira.

Os amigos contam que um dos pontos que destacam na amizade entre eles é que ela se estendeu para as famílias. “Ocorreu uma amizade entre ele e a minha família também. Tanto é que ele diz que ganhou uma segunda família através da nossa amizade. Ele permanece muito tempo na minha casa. Reveillon, Carnaval, ele está sempre lá. Tanto é que quando tem alguma coisa que ele falta, todo mundo da família pergunta: pai, mãe, tia, avó. Estabeleceu-se uma amizade muito intensa entre nós dois” conta Ferreira.

Esse é um ponto que Lazaro também destaca. É muito legal o fato de a amizade que a gente tem um com o outro tenha ampliado também para as nossas famílias. Então lá em casa ele chama minha mãe de tia, minhas tias ele também chama de tia, a avó dele eu chamo de avó também. Esse é um aspecto bem legal da nossa relação. Então eu estou sempre na casa dele e ele na minha que é como se já fosse da família. Ferreirinha é hoje como um irmão adotivo”, diz Lazaro.

Ferreira Júnior
Além disso, uma outra questão que aproxima os dois é o gosto pela música. Juntos ele formam uma dupla voz e violão: enquanto Ferreira canta, Lazaro toca. “O gosto pela música acho que também foi uma coisa que aproximou a gente. Na época da escola a gente tentou montar uma banda. Íamos para casa dele, ficávamos ensaiando, mas não foi para frente”, conta Lazaro. Ferreira acrescenta que durante um tempo começou a aprender a tocar violão mas que, quando conheceu o amigo acomodou-se. “Hoje eu sei tocar quatro músicas. Aprendi para poder dar a ele quinze minutos para paquerar e beber alguma coisa. Se ele não conseguisse nada naquele tempo já era”, relembra Ferreira.

Para os dois, a relação de amizade é de fundamental importância. Depois de 12 anos de convivência, passando por bons e maus momentos, rindo e chorando juntos Lazaro e Ferreira apontam o diálogo, a confiança e o respeito como três peças chaves para a manutenção de uma boa e duradoura amizade. “O diálogo é fundamentais em qualquer relação e numa amizade não é diferente. Sentar e conversar, resolver o problema é sempre a melhor opção. Isso é fundamental para uma amizade saudável”, diz Ferreira. “O respeito e a confiança são pilares de qualquer relação. A questão é que eles são ao mesmo tempo muito fortes e muito fracos. São fortes para sustentar a amizade, mas se você não cuidar eles podem desmoronar. Um não vive sem o outro”, completa Lazaro.

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