A Federação das Apaes de Sergipe está realizando desde a última terça-feira, 12, uma intervenção administrativa na Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de Aracaju (Apae). A ação se deu em decorrência denúncias de supostas irregularidades na administração.
De acordo com a presidente da Federação, Mônica Carmélia, desde novembro do ano passado, a ouvidoria tem recebido ligações de mães, reclamando do tratamento dado pela Apae de Aracaju aos seus filhos e da rotatividade de profissionais na associação. Algumas mães denunciantes também chegaram à ir até a sede da federação. Também há reclamações dos próprios funcionários, alegando atraso de salários há 11 meses.
“Todas as reclamações foram registradas e, a partir daí, montamos uma Comissão de Ética e Disciplina, formada por um procurador e dois membros, com objetivo de realizar uma auditória e entender o que estava acontecendo. As reclamações que chegaram até a gente tratam-se da rotatividade de funcionários, ou seja, profissionais são contratados, mas por ficarem muito tempo sem receber salários, acabam saindo e outros entrando no lugar. Também há várias mães que reclamaram que não estavam sendo bem tratadas e que o tratamento de seus filhos estava sendo prejudicado, além de outros problemas que já vinham acontecendo há um tempo, mas que ainda estamos apurando”, explicou Mônica Carmélia.
Segundo Mônica, a alternância de profissionais impactava diretamente no tratamento das crianças assistidas pela Apae, uma vez que a Apae trabalha com crianças com Deficiência Intelectual e/ou Múltipla, que levam um tempo para se adaptar com o profissional, principalmente, psicólogos.
“A associação é composta por 64 profissionais. Deles, apenas 4 estão com salários em dia e precisamos entender o motivo. Já havíamos solicitado a folha de pagamento ou qualquer uma outra coisa que provasse o pagamentos dos funcionários, mas a instituição não nos mandou, nem justificou. Então, a Procuradoria fez um relatório pedindo a apuração e a intervenção e na terça-feira, 12, notificamos a gestão da Apae sobre as apurações”, afirmou Mônica.
A presidente da Federação explicou que a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de Aracaju (Apae) sobrevive através de doações feita por meio do Telemarketing e de convênios e que a intervenção administrativa precisa ser feita para saber como esses recursos estão sendo utilizados.
“A auditoria irá analisar todas as contas da associação. Todas as gestões, tanto as anteriores quanto a atual, deverão ser analisadas. Independentemente da gestão, a federal tem o dever de fiscalizar e fazer intervenção diante da previsão estatutária. Todas as associações possuem autonomia administrativa e financeira, mas caso ocorra falhas na gestão, o estatuto prever a apuração”, explicou.
Sobre os atendimentos na Apae, Mônica garantiu que não serão suspensos e que os profissionais efetivos atuantes continuam mantidos, apesar do afastamento da diretoria. Ainda segundo a presidente, a auditoria não tem previsão para ser finalizada, mas na próxima segunda-feira, 18, haverá uma reunião com os contadores para fazer um levantamento das contas.
O Portal Infonet não conseguiu contato com a presidente afastada da Apae, mas a equipe de reportagem segue à disposição por meio do e-mail jornalismo@infonet.com.br.
Por Luana Maria e Verlane Estácio
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