Após 35 dias em greve, trabalhadores dos Correios retomam atividades

Funcionários dizem que estão perdendo direitos (Foto: Jean Marcel)

Após um período de 35 dias em greve, os funcionários dos Correios do estado de Sergipe já retornaram as suas atividades na terça-feira, 22. A categoria acatou a decisão do Tribunal Superior do Trabalho (TST) que determinou o fim da paralisação e solicitou que os servidores voltassem ao trabalho.

De acordo com o secretário-geral do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios, Jean Marcel, com a decisão do TST, o saldo da greve foi uma “grande derrota” para os direitos dos servidores.

“No geral, a decisão do tribunal foi uma grande derrota para a categoria. Direitos que foram conquistados há 15, 30 anos foram suspensos”, afirma Jean Marcel. Ainda segundo ele, a decisão da corte foi pegou a todos e surpresa. “Nós não esperávamos por esse entendimento. E isso abriu um perigoso precedente para que os direitos de outras categorias também sejam questionados”, lamenta.

Marcel explica que a greve foi pela manutenção de direitos e não reajuste salarial. “Muitos direitos, como o nosso plano de saúde, adicional de risco, licença-maternidade, indenização por morte, auxílio-creche foram prejudicados”, destaca o sindicalista. “Além do mais, esse aumento de pouco mais de 2% que deram não significada quase nada em comparação com os direitos que muitos deixaram de receber. Haverá trabalhador que terá uma redução de até R$ 1 mil nos seus ganhos mensais”, afirma.

Correios

Em nota, a empresa estatal afirmou que na terça-feira, 22, a maior parte dos empregados dos Correios que havia aderido à paralisação parcial retornou ao trabalho. “Segundo dados do sistema de monitoramento da empresa, 92,7% do efetivo estão trabalhando normalmente. Em Sergipe, esse percentual é de 99,7%”, divulgou.

Ainda segundo os Correios, o Tribunal Superior do Trabalho (TST) determinou, nessa segunda-feira (21), durante julgamento do dissídio coletivo, o retorno dos trabalhadores às atividades, sob pena de multa diária de R$ 100 mil às entidades representativas, em caso de descumprimento. “Com a compensação das horas não trabalhadas, medida também determinada pelo TST, a empresa pretende ampliar a capacidade operacional do plano de continuidade do negócio e normalizar o mais rapidamente possível o fluxo de entregas de cartas e encomendas, em todo país. Mutirões de entrega continuarão sendo realizados com o apoio dos empregados das áreas administrativa e operacional, unidos pela manutenção dos serviços da estatal”, afirmou a empresa.

Por fim, a estatal afirma que a rede de atendimento permanece aberta e os serviços, inclusive o SEDEX e o PAC, continuam disponíveis. “As postagens com hora marcada permanecem temporariamente suspensas – medida em vigor desde o anúncio da pandemia”, salientou

por João Paulo Schneider

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