Um diagnóstico realizado pelo Defesa Civil de Aracaju apontou que a capital tem mais de 1800 imóveis localizados em áreas de risco alto e muito alto, ou seja, vulneráveis a deslizamentos e inundações.
De acordo com os dados, 821 imóveis estão distribuídos em 42 áreas de risco alto e muito alto de deslizamentos, sobretudo nos bairros Cidade Nova, América e Soledade. No caso de inundações, 1059 imóveis estão espalhados em 21 áreas, com casos mais graves no bairro Jabotiana. Os números chamam atenção, já que em 2019, das 578 solicitações feitas à Defesa Civil por meio do telefone 199, 140 ocorreram no mês de julho, época de fortes chuvas na capital.
O Major Silvio Prado, coordenador da Defesa Civil Municipal, explica que, durante os desastres, as áreas de risco alto e muito alto se tornam prioridade e passam a ser monitoradas. “As outras áreas classificadas como áreas de risco baixo são colocadas em segundo plano em detrimento daquelas que são consideras de risco alto e muito alto. Esse diagnóstico nos indica quais as casas correm risco de deslizamento ou inundação. A partir de então, vamos de porta em porta, tirando essas pessoas e aconselhando que elas não devem dormir no local para que não sofram danos”, detalha o coordenador da Defesa Civil Municipal”.
A geóloga Luísa Franco, da Defesa Civil, explica que a classificação dessas áreas avalia fatores como as condições do terreno e da costa, além da proximidade dos imóveis com encostas e rios. “A gente observa diversos itens, como a distância da moradia em relação à encosta, a movimentação de massas, representada pela inclinação de cercas e postes, fraturas em rochas e a proximidade de muros com encostas. Em casos de áreas de inundação, observamos a distância das casas às calhas do rio, a elevação do rio e seu histórico, se a casa é madeira ou alvenaria e o poder destrutivo do rio”, resume.
Fiscalizações
O coordenador explica que as equipes da Defesa Civil fazem fiscalizações rotineiras e notificam os proprietários de imóveis em áreas de risco. “Sempre que identificamos uma construção irregular próximo a morros ou cortes de taludes que aumentam a probabilidade de deslizamento, nós notificamos o proprietário do imóvel e acionamos a Emurb para embargar a obra”.
Em breve, conforme o coordenador, após regulamentação de uma nova lei, haverá um novo tipo de sanção e as pessoas poderão ser multadas. “Nesta nova sanção administrativa, poderemos aplicar multas para aqueles proprietários de imóveis que já têm notificação ou que tiveram construções interditadas por apresentar riscos de desabamento e à vida das pessoas. Também será possível colocar um gravame na escritura do imóvel dizendo que ele está interditado e não pode ser comercializado enquanto o risco não for eliminado”.
Cuidados
Determinados tipos de árvore não podem ser plantados nas encostas. “Quando o solo tá encharcado com o acumulado de chuva, a encosta não consegue suportar o peso de uma árvore de grande porte. A principal espécie que vemos hoje nas encostas de Aracaju são as bananeiras, que são as primeiras a tombar em períodos de chuva forte. Quando ela cai, traz consigo a movimentação de massa e atinge as moradias”, alerta o major.
Ainda de acordo com o coordenador, a população não deve fazer cortes nos taludes das encostas. “As pessoas têm o costume de fazer corte nos taludes para construir suas casas. Mas esse corte desestabiliza o morro e provoca o deslizamento durante as chuvas. Infelizmente, o que vemos em Aracaju é que a maioria dos deslizamentos é provocado por cortes nos taludes”.
A população também pode pedir o auxílio da Defesa Civil por meio do telefone 199. “As pessoas podem acionar a Defesa Civil para que os técnicos façam a avaliação de risco da estrutura e tomem as medidas administrativas cabíveis, como a notificação e até a interdição do imóvel com retirada das pessoas”, finaliza o major Silvio Prado.
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