Na manhã desta sexta-feira, 11, no plenário na Assembléia Legislativa (AL), estudantes (em sua grande maioria), ambientalistas e comunidade em geral assistiram atenciosamente ao debate público que trazia em pauta o efeito das mudanças climáticas e as dificuldades na adequação ambiental, além da possível implantação de uma Usina Termonuclear na região do município de Canindé do São Francisco. A palestra foi proferida pelo especialista em Clima e Energia do Greenpeace Guilherme Leonardi. Guilherme Leonardi
De acordo com o especialista as usinas nucleares são um erro. “Elas são caras, sujas, perigosas e ultrapassadas. Toda usina nuclear produz lixo radioativo e isso é uma ameaça por centenas e milhares de anos tanto para o ser humano quanto para o meio ambiente. Além disso, a possibilidade de acidentes é permanente e isso é um risco muito grande e não deve ser aceito por nós. Principalmente numa região como as margens do rio São Francisco aonde poderiam ser conduzidas a radioatividade pra outras regiões”, explica.
Ele cita ainda exemplos como o das usinas nucleares de Angra 1 e Angra 2, que fazem parte da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto, no Rio de Janeiro (RJ). “O Greenpeace entende que a energia nuclear não deve ser utilizada nem em Angra dos Reis (RJ), onde se discute a criação de uma terceira central, nem no estado de Sergipe. Serão de seis a sete anos para a construção” coloca Guilherme. Esse tempo, “seria suficiente para que todos pudessem lutar contra este projeto de construção”.
Professor e ambientalista da ONG ‘Água é Vida’, situada no município de Estância, Luiz Alberto Paulo Mares, analisa que essa proposta de instalação nada mais é que uma questão econômica e política. “A questão econômica fala mais alto que a questão ecológica. Na questão de impactos ambientais observamos que ocorreram diversas calamidades públicas no mundo. A gente sita Chernobyl, que ate hoje os seres animais e os homens incluídos ficaram mutagêneses. A estratégia de instalação naquela localidade deve-se à utilização da água. Não é por aí que nós iremos aumentar os nossos GigaWatts de energia pra que o povo possa consumir”, explica.
O ambientalista expõe que a utilização dos recursos, que atingem a marca de aproximadamente R$ 4 bilhões, deveria ser usada na recuperação de ecossistemas existentes. Como aqui no manguezal sergipano. “É uma questão basicamente de economia versus ecologia”, critica.