Em todo o Brasil, pipocam comemorações para lembrar o dia dedicado aos mais velhos. Resta saber se realmente há motivos para comemorar, bem como anda o nível de confiabilidade de asilos e de profissionais que se dedicam à área. O objetivo é garantir moradia com qualidade, serviços e direitos previstos na lei que trata da política nacional da terceira idade (Lei 8.842/94). 15 MILHÕES – De acordo com os números do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os idosos participam do total da população com 15 milhões de representantes em todo o país. Isso significa que 8% dos brasileiros estão na Terceira Idade, com uma expectativa de vida em torno de 71 anos. Tamanho crescimento motivou a promulgação de leis e a criação de manuais especializados. A “Cartilha do Idoso”, publicação do Ministério Público Federal é um deles. “O idoso é um cliente como qualquer outro cidadão, um consumidor que gera lucro para a empresa. Assim, oferecer ao idoso o tratamento adequado à sua condição é, antes de mero cumprimento da lei, fundamental para os interesses das empresas”, diz. Determinações como estas vêm gerando uma nova mentalidade em relação ao tratamento para com os mais velhos. Idosos, agora, têm direito a atendimento preferencial; não podem mais ser discriminados quando tentam ter acesso a serviços; têm que ser atendidos por funcionários devidamente treinados entre muitas outras providências. O problema é quando leis e mundo real não andam de mãos dadas. DIA DO IDOSO – Estabelecida em 1999, 27 de setembro foi a data escolhida para homenagear os mais velhos. A homenagem foi seguida e precedida de uma série de medidas que regulamentam o tratamento da família e das empresas em relação ao idoso. Porém segundo Álvaro Fontes Neto, presidente do Conselho Estadual dos Direitos de Proteção ao Idoso, muitos são os problemas que continuam sem resolução. Um deles são os próprios asilos. Segundo ele, asilo não é lugar de idoso; este deveria estar com a família até o fim de sua vida. “Os asilos devem resistir o máximo à questão do internamento. Hoje, o próprio estatuto garante que os filhos têm o dever de cuidar de seus pais até o dia de sua morte”, diz. Assim como muitos outros aspectos, para Álvaro, o Brasil ainda não pode ser considerado modelo no tratamento à Terceira Idade. Porém, a situação vem melhorando, principalmente no Estado: “Sergipe se destaca por ter uma rede de proteção bastante eficiente, formada pelo Conselho do Idoso, Conselhos municipais, Ministérios Públicos, Defensorias, Delegacias etc”, completa o presidente. Nesse caso, o Conselho vem tendo um papel muito importante na fiscalização dos serviços em bancos, supermercados e transportes. Outro ponto deficiente e que causa bastante dor de cabeça aos mais velhos são os medicamentos. O preço dos remédios ainda é muito caro e alguns deles não estão disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS). O Governo do Estado, por exemplo, tenta solucionar a questão distribuindo medicamentos que não estão na rede SUS. Processos judiciais que também demoram a tramitar compõem mais um ângulo do problema “apesar do Estatuto prever a prioridade de atendimento aos idosos. Muitos deles chegam a morrer antes de verem o processo concluído. Isso parte, inclusive, da falta de consciência do advogado”, lamenta Álvaro. Por Wilame Amorim Lima Da Redação do Portal InfoNetA população está mais consciente sobre os direitos da Terceira Idade. Os serviços voltados para esse segmento da sociedade também estão ficando cada vez mais numerosos, entretanto, a preocupação com a qualidade também se desenvolve. Como parte das comemorações do Dia do Idoso, o Diário Oficial da União publica hoje, dia 27, a resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que regulamenta o funcionamento de instituições que cuidam de idosos.
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