Audiência discute combate à violência contra a mulher

Audiência pública fez parte do calendário de atividades da Marcha das Vadias (Fotos: Portal Infonet)

O diagnóstico e o combate à violência contra a mulher foram temas de uma audiência pública realizada na noite desta quarta-feira, 22, pela 2ª edição da Marcha das Vadias. O calendário de atividades do movimento segue até o dia 25 com temáticas voltadas para liberdade das mulheres e por uma sociedade livre da violência e da opressão.

Laila Oliveira, integrante da Marcha das Vadias, explica que a ideia da audiência pública surgiu da necessidade de obtenção de uma resposta mais concreta aos problemas que atingem as mulheres. "Uma de nossas principais bandeiras de luta é o combate à violência contra a mulher, um mal que vem aumentando absurdamente a cada dia.  Então, vimos a necessidade de abordar esse tema de uma forma diferente, para que ele não ecoasse apenas nas ruas, mas que tivéssemos respostas dos órgãos responsáveis em promover políticas públicas e combater a violência de forma ostensiva”, detalha.

Laila Oliveira, integrante da Marcha das Vadias

De acordo com a integrante, as políticas públicas existentes são suficientes para suprir a necessidade das mulheres. “Hoje só temos uma casa abrigo administrada pelo município, isso é um problema, porque o número de mulheres que sofrem violência  e que se afastam de casa vem aumentando. E aí, por conta da lentidão do julgamento dos processos, já que a vara responsável abrange vários outros grupos vulneráveis, a mulher fica suscetível a sofrer a violência novamente”, comenta Laila.

Laila destaca ainda que Sergipe o ocupa o 17º lugar no ranking do feminicídio no Brasil. Realidade que para ela, pode ser mudada caso haja uma transformação de valores e a criação de políticas públicas eficientes. “Os valores que a nossa sociedade vivem ainda são machistas. A gente vive numa sociedade patriarcal, onde desde sempre crescemos e fomos educados para vivenciar esses valores e colocá-los em prática. É preciso que as mulheres conquistem sua autonomia financeira, pois muitas vezes elas se submetem a certas situações de violência por não ter outra saída, já que muitas vezes estão desempregadas e com filhos para criar”, destaca.

Adélia Prado, presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da OAB/SE

Presenças

O evento contou com a presença de representantes da Secretaria Especial de Políticas para Mulheres (SEPM/SE), do Departamento de Atendimento a Grupos Vulneráveis (DAGV) e da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Sergipe (OAB/SE).

Sobre a temática, a presidente da comissão vinculada à OAB/SE, Adélia Prado, explica que a igualdade entre homens e mulheres estabelecida por lei não funciona na prática. “É fundamental que não só as mulheres conhecem seus direitos, mas também apliquem. A Comissão de Defesas de Direitos da Mulher tem suscitado uma série de indagações e reflexões. É o diagnóstico desse problema que será a base para uma demanda de políticas públicas”, afirma Adélia Prado.

Atividades

Nos dias 23 e 24, acontece a Formação Feminista Simone de Beauvoir e uma Filosofia do Feminismo, que será ministrada por Romero Venâncio professor do Departamento de Filosofia da UFS. Às 10 da manhã deste sábado, 25, é a vez de a Marcha tomar as ruas do centro de Aracaju e fazer soar o grito pela liberdade das mulheres e por uma sociedade livre da violência e da opressão.

Por Verlane Estácio

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