
A segunda audiência de instrução do processo que apura o assassinato do advogado criminalista José Lael de Souza Rodrigues Júnior, de 42 anos, tem continuidade na manhã desta quinta-feira, 18, no Fórum Gumersindo Bessa, em Aracaju. A previsão é que os trabalhos se estendam até a sexta-feira, 19, com a oitiva de 19 testemunhas de acusação.
A audiência foi iniciada na quarta-feira, 17, e avançou até por volta das 23h. Foram ouvidos o ex-marido da médica Daniele Barreto (também acusada, mas que faleceu recentemente), uma funcionária que trabalhava na residência do casal, a mãe da vítima, a mãe de Alvaci Feitoza (outra ré no processo) e a irmã de José Lael.
Segundo os advogados, os depoimentos prestados até o momento são considerados estratégicos para compreender a dinâmica familiar, os conflitos entre os envolvidos e o contexto que teria motivado o crime, ocorrido em outubro de 2024. Na ocasião, o filho do advogado também foi baleado.
O advogado Rafael da Graça, que atua na defesa da ré Alvaci Feitoza, afirmou que os depoimentos têm relevância tanto para a acusação quanto para as defesas. “Todo o conteúdo probatório produzido satisfaz não apenas a acusação, mas também a defesa. Foram colhidas versões, esclarecimentos e até contradições, que ao longo da instrução serão amplamente debatidos”, afirmou.
Ainda segundo ele, a estratégia de defesa da cliente vem sendo construída desde a fase policial, iniciada em novembro de 2024, e pode ser ajustada conforme o avanço do processo, mas segue sólida.
Rafael também defendeu a manutenção do segredo de justiça. “Sou a favor da continuidade do sigilo, não apenas em respeito aos familiares das vítimas, mas também aos acusados. Isso evita interferências externas agora e até o momento do júri”, completou.
A expectativa é de que o filho do casal, uma criança de 11 anos, também preste depoimento. Rafael ponderou que, mesmo com o devido cuidado em respeito à sua intimidade, o relato do menino pode contribuir significativamente para a elucidação do caso.
Os réus seguem acompanhando as audiências presencialmente, como parte do procedimento legal.
por João Paulo Schneider