Aumento de assaltos assusta taxistas de Aracaju

Trânsito cada vez mais caótico na capital, mau humor de alguns passageiros, despesas com manutenção do veículo. Os diversos problemas enfrentados pelo taxista aracajuano em seu cotidiano ganhou um reforço de peso: o medo diante do aumento de assaltos a profissionais da categoria nos últimos tempos. As situações englobam desde furtos simples a seqüestro de motoristas, que amedrontados com a onda de violência, acreditam que a única solução é parar de trabalhar a noite.

 

Tal fato não é uma simples constatação de um papo entre taxistas. Está em estatísticas apresentadas pelo Presidente do Sindicato dos Taxistas (Sintaxes), João Barbosa, que demonstra preocupação com as proporções que esse crime tomou. “Há onze anos atrás, em 1997, houve um registro de 77 assaltos durante todo o ano. Agora em 2008, só no mês de janeiro já foram 40, incluindo uma tentativa de assassinato. É para ficar com medo mesmo”, alerta.

 

João Barbosa, presidente do Sintaxes
Esta média de mais de um assalto por noite em 2008 fez 70% dos motoristas de táxi paralisarem os trabalhos noturnos, segundo João. “Perde o taxista, pelo ponto de vista financeiro, e perde a sociedade, que não pode contar com um serviço de táxi eficiente no período da noite e madrugada”, disse. O presidente do Sintaxes aponta os bairros Coroa do Meio, Jabotiana, Lamarão e Coqueiral como principais redutos deste tipo de crime. “A gente vem travando uma briga com autoridades pra pôr mais carro nas ruas dessas localidades. As reclamações freqüentes me levam a crer que a polícia não trabalha com a devida eficiência”, disse João, que está há nove anos à frente do Sindicato.

 

Sofrendo na pele

 

Atuando como taxista a 30 anos, Doilson Souza decidiu tirar seu táxi de circulação noturna após sofrer um assalto nas imediações da Coroa do Meio há algum tempo atrás. “Dois cidadãos de terno e gravata entraram em meu carro e logo apontaram a arma em minha direção. Me amarraram e me colocaram no porta-malas. A partir daí, preferi colocar minha vida em primeiro plano e parei de rodar

Doilson parou de trabalhar a noite
à noite”, afirma. “Não tem táxi suficiente nas festas da cidade por isso. Só trabalha durante a noite mesmo quem está devendo as prestações do carro”, supõe o taxista.

 

Situação parecida aconteceu com Luciano Santos, que foi assaltado por um casal no início de janeiro. Para ele, a maior eficiência da polícia em blitzes poderia amenizar a situação. “Tem que abordar o carro, pedir documento, a licença, porque pode acontecer do bandido estar dirigindo e o

motorista na mala, por exemplo”, argumenta.

 

O coronel Genário dos Santos falou ao Portal Infonet que diante das reclamações pretende intensificar as blitzes noturnas. Santos ainda alerta que os taxistas também precisam contribuir, informando rapidamente à Polícia Militar os casos de assaltos, e até mesmo pequenos furtos, para que o combate a estes crimes possam ser melhorado.

 

Por Glauco Vinícius e Gabriela Amorim

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