Ausência de jurados adia julgamento em São Cristovão

Familiares acompanham com tristeza desdobramentos do júri (Fotos: Portal Infonet)

Pela terceira vez foi adiado o julgamento de Cleiton Sousa Ramos, acusado de assassinar com golpes de faca a ex-companheira Danielle Bispo, crime ocorrido no dia 19 de agosto de 2013, dentro do Restaurante da Universidade Federal de Sergipe (Resun). Os motivos foram os mesmos: falta de quórum entre os jurados.

O julgamento estava previsto para esta quarta-feira, 18, mas a grande maioria dos jurados convocados não se apresentou à sessão de julgamento, que aconteceria no Fórum Desembargador Gilson Gois, em São Cristovão. O juiz Antonio Cerqueira de Albuquerque determinou o arquivamento das justificativas dos jurados ausentes e determinou aplicação de multa no valor de um salário mínimo [R$ 724,00] para aqueles que se ausentaram e não apresentaram justificativa. Apenas sete compareceram ao tribunal, quantidade insuficiente para garantir quórum, conforme explicações do advogado Antonio Carlos Souza Gomes Júnior. O quórum mínimo seria 15 presentes, entre os 21 sorteados, para a escolha de sete jurados.

O novo julgamento acontecerá no dia 6 de maio próximo. A família clama por justiça e espera que o magistrado decrete a condução coercitiva daqueles que se ausentarem na próxima sessão de julgamento. Os pais da vítima, Gerusa de Oliveira Santos e Damião Bispo Santos, receberam com tristeza a informação sobre o adiamento do júri. “Para nós é ruim demais. A gente lembra de tudo, é dolorido demais”, ressaltou o pedreiro Damião Bispo.

Sérgio: necessidade de conversar com o réu

“Esta é a terceira vez que o júri é adiado, fica difícil para a gente. Que da próxima vez, os jurados compareçam para não ter mais complicação”, reagiu dona Gerusa de Oliveira. “Esperamos que o juiz tome as providências para garantir o julgamento no dia 6 de maio”, complementou. A mãe não esconde a dor ao lembrar do tratamento que a filha dispensava ao acusado durante o período em que estiveram juntos. “Ele enganou muito ela. Ela tinha ele como um homem muito bom”, disse.

Dona Gerusa de Oliveira guarda remorso por não ter incentivado a filha a não ir trabalhar naquele trágico 19 de agosto de 2013. “Ela disse que não estava bem e que não queria ir trabalhar naquele dia, mas eu disse a ela para ela ir. Ali já era ele ameaçando ela, mas ela não me dizia nada”, contou. A mãe chegou a conversar com a filha, ao telefone, momentos antes do crime. “Ela só fez dizer: ‘mãe, ele está aqui’. E eu não pude fazer nada”, contou, entre lágrimas.

Contradição

Janete e Antonio Carlos Gomes autam como assistentes de acusação

O defensor público Sérgio Barreto Morais está atuando na defesa do réu. O defensor público explicou que foi convocado para atuar no júri e que só iria ter absoluta convicção da tese de defesa durante o julgamento. Ele revelou que não teve oportunidade de conversar com o réu, mas estudou o processo, fato que não atrapalharia a condução do júri.

Nos autos, o defensor encontrou duas versões do acusado para o crime. Na fase do inquérito policial, segundo o defensor, o réu assumiu o crime. Mas negou a autoria em juízo, apresentando outros detalhes. “Ele [o réu] bebeu muito na noite anterior, não sei se isso retirou a capacidade de discernimento”, considerou o defensor, alertando para a necessidade de entender os motivos que levaram o réu a confessar o crime durante o inquérito policial.

Por Cássia Santana  

Portal Infonet no WhatsApp
Receba no celular notícias de Sergipe
Acesse o link abaixo, ou escanei o QRCODE, para ter acesso a variados conteúdos.
https://whatsapp.com/channel/
0029Va6S7EtDJ6H43
FcFzQ0B

Comentários

Nós usamos cookies para melhorar a sua experiência em nosso portal. Ao clicar em concordar, você estará de acordo com o uso conforme descrito em nossa Política de Privacidade. Concordar Leia mais