Bairro Jabotiana permanece em situação de alerta com 201 desabrigados

Moradores dos conjuntos que integram o bairro Jabotiana continuam sofrendo com os transtornos oriundos das chuvas que caem desde o início da semana em Aracaju. Na manhã desta sexta-feira, 12, o Portal Infonet foi às comunidades mais afetadas a fim de verificar as problemáticas de cada localidade.

No conjunto Santa Lúcia o único ponto de saída para as demais áreas da cidade é a ponte que liga a avenida Rio Poxim à avenida Farmacêutica Cezartina Régis. Por lá, desde o início dos alagamentos, a situação é de risco na passagem de veículos. Segundo o superintendente da Superintendência Municipal de Trânsito e Transportes (SMTT), Renato Telles, houve uma redução do nível da água no local, mas os agentes permanecem orientando os condutores a não arriscarem seus automóveis.

A outra ponte, que sai do Rio Poxim à avenida Escritor Graciliano ramos, está em situação ainda pior. À exceção de um trator, que ajudava no resgate de uma família, não foram registrados veículos tentando a travessia. O ideal, conforme o superintendente, é que a população trafegue em ônibus do transporte público e, para isso, foram disponibilizadas três linhas gratuitas que vão do Sol Nascente ao povoado Aloque, em São Cristóvão, e vice-versa.

José Dilson é morador do Santa Lúcia e resolveu ajudar os condutores. (Foto: Portal Infonet)

Condutores que têm se arriscado na passagem perderam placas e outras peças dos veículos. Na entrada do Santa Lúcia um homem de nome José Dilson dos Santos, 46, tem ajudado no recolhimento destas peças. “Sou empregado… Estou fazendo isso só para ajudar. Quem puder me auxiliar, dando um real, eu agradeço, mas quem não dá eu entrego da mesma forma”, explica o morador. Ele conta que desde a quinta-feira, 11, tem feito o recolhimento, na maioria das vezes, dentro do próprio rio Poxim.

Largo da Aparecida

Na comunidade que também fica situada no Jabotiana, equipes da Prefeitura Municipal de Aracaju seguem monitorando e acolhendo os moradores afetados pelas enchentes. 201 pessoas, sendo 145 adultos e 56 crianças, estão alojadas na Escola Municipal José Airton e no Caps do Largo da Aparecida. Segundo o secretário municipal de Assistência Social, Antônio Bitencourt, além dos dois espaços, há pessoas abrigadas na Associação dos Moradores do Sol Nascente, local que foi cedido pela diretoria a fim de auxiliar os populares afetados.

Situação do Largo da Aparecida permanece inabitável. (Foto: Portal Infonet)

O secretário explica que algumas famílias do próprio Largo e de outras comunidades foram para as casas de parentes e não utilizaram o aparato da prefeitura. “Ontem a noite a Defesa Civil e o Corpo de Bombeiros resgataram cerca de 60 pessoas, mas elas não vieram para cá, decidiram ir para casa de familiares.”, comenta.

No monitoramento feito pela Defesa Civil e demais órgãos, não foram constatadas situações de danos materiais que possam afetar as estruturas das residências e as famílias aguardam somente a redução do alagamento para retornarem às suas casas. “Ao chegar aos locais de acolhimento temos recebido todos e dado condições de dormir, de higiene pessoal, de alimentação e de saúde”, ressalta Antônio Bitencourt.

Campanha de arrecadação

A Secretaria de Assistência Social deu início a uma campanha de arrecadação de roupas para a população afetada pela perda de bens materiais. Os itens podem ser levados à Estação Cidadania, na Rua Pacatuba, nº 64.

por Daniel Rezende

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