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Corpo de adolescente velado na igreja (Foto: Cássia Santana/Portal Infonet) |
O adolescente Djhokaef Lima Nascimento, 17 [carinhosamente conhecido como KF, entre os amigos], foi assassinado com um tiro na noite desta quarta-feira, 25, no bairro Porto Dantas, em Aracaju. Ele foi vítima de assalto cometido em um local próximo a um posto policial. O crime foi praticado por dois homens que ocupavam uma motocicleta, segundo relatos dos familiares da vítima.
O crime aconteceu por volta das 21h na rua Gerson Farias. A vítima estava acompanhada por um outro adolescente, de 16 anos, classificado como o melhor amigo. Era comum o adolescente sair da escola, ir para a casa e depois levar o amiguinho em casa, que reside bem próximo. Na noite da quarta-feira, 25, ele não fugiu à rotina e quando seguia na rua com o amigo foi abordado por dois homens em uma motocicleta.
“Poca, poca…”, teria determinado um dos assaltantes que pilotava o veículo, conforme relatos de testemunhas, um indicativo de que o comparsa teria que disparar a arma. O outro assaltante, que ocupava o espaço do carona na motocicleta e desceu armado, já estava com o aparelho celular da vítima, mas disparou o único tiro que atingiu o peito da vítima. O amiguinho de KF saiu em disparada, passou no posto policial para comunicar a ocorrência à equipe de plantão e seguiu para a Igreja de Deus Renovada, na avenida Maranhão.
Sem amparo
Na igreja, o adolescente apavorado fez o primeiro contato com a madrasta, Ana Paula Lima. “Chamei o sargento [Jair Luiz, do Corpo de Bombeiros, que também é evangélico e frequenta a mesma congregação] para dar os primeiros socorros, mas quando ele chegou lá não tinha mais jeito, só tinha a polícia e ele já tinha partido para a glória de Deus”, desabafou a madrasta.
É unânime o conceito dos fiéis sobre o adolescente: brincalhão, amigo e dedicado aos estudos e às atividades religiosas. “Falo dele como se tivesse falando do meu filho”, disse a costureira Maria Lídia Santos Oliveira, 62. “Era um menino muito brincalhão, chamava a atenção, não andava em lugar errado, era da casa, para a igreja, para a escola e às vezes ia à lan house jogar”, comentou a madrasta.
Assim como é unânime o conceito a política de segurança pública. “Quantas famílias vão chorar para o governo tomar uma providência?”, questionou Carlos Messias Santos, também evangélico amigo da família. “O Porto Dantas está largado, só Deus por nós”, resume Maria Lídia.
Por Cássia Santana