Bares e alicerces são demolidos no conjunto Bugio

Trator do DER inicia a derrubada. Placa indica local proibido para construções (Fotos: Portal Infonet)

Em cumprimento a uma decisão da juíza Telma Maria Machado, da 1ª Vara Federal à uma Ação Civil Pública ajuizada pelo Ministério Público Federal, cujos réus são a Superintendência de Patrimônio da União (SPU), o Instituto Nacional de Meio Ambiente e Recursos Renováveis (Ibama), a Empresa Municipal de Obras e Urbanismo (Emurb), foram derrubados alicerces e bares no entorno do Loteamento Estrela do Oriente, às margens do Riacho do Cabral, no conjunto Bugio.

O coordenador de Controle Urbano da Emurb, Valdson Melo informou que a Prefeitura de Aracaju está cadastrando todas as famílias residentes em barracos e palafitas no local.

“Nós estamos cumprindo uma ação da Justiça Federal e realizando uma operação de descongelamento da invasão. Nenhuma família do Estrela do Oriente ou do Anchietão será desalojada. Todos serão cadastrados pela Secretaria de Ação Social do Município para serem incluídos em programas sociais. Hoje serão demolidos apenas os alicerces e casas desabitadas”, explica Valdson Melo.

Demolições prosseguem por o dia

Segundo o representante da SPU, Teófilo Melo, a área é de preservação ambiental. “Nós da União somos réus juntamente com a Prefeitura de Aracaju e o Ibama numa ação ajuizada pelo MPF, cuja liminar favorável foi emitida pela juíza federal Telma Maria para que toda essa área de preservação ambiental, de terreno de marinha, no entorno do Loteamento Estrela do Oriente seja desocupada”, completa.

Coração doendo

O senhor João Clemente da Silva Santos era o proprietário do primeiro bar construído na área de preservação ambiental. “Eu moro aqui há mais de 15 anos com a minha família, trabalhava em uma indústria de confecções e fui demitido. Dos R$ 8 mil que recebi de indenização, peguei R$ 5 mil e investi nesse bar. Eles já haviam informado que eu deveria sair, mas é daqui que tiro o sustento da família e estou longe do rio. Meu coração está doendo em ver todas as minhas economias indo embora. O pior é que tiram dos pobres, mas permitem que construam prédios. Se a decisão é para Pedro, deveria ser para Francisco também. E ainda cortaram a energia, quando estou com a conta paga”, lamenta.
Na área das palafitas, a preocupação não é diferente.

Funcionários da Energisa desligam a energia

O dono do bar exibe a conta de energia paga

Fiscais do Ibama acompanharam a operação

Teófilo Melo diz que área é de preservação

Ana Lúcia teme que as mais de 160 famílias fiquem desamparadas

Operação vai chegar às palafitas do Anchietão

 

 

“Aqui temos mais de 160 famílias residindo e estamos muito preocupados. Esperamos que a justiça não decida nos retirar antes de termos casa para nos mudar. A prefeitura está realizando o cadastro, mas a gente está com medo de que se a Justiça decidir, a gente tenha que ficar desamparado”, teme a líder comunitária Ana Lúcia Santos lembrando que as famílias das palafitas residem no local há 20 anos.

Policiais militares e federais acompanharam a operação.

Por Aldaci de Souza

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