Batalha sai e César Gama assume Secom do Estado

Já fazia alguns meses que boatos sobre a saída do jornalista Carlos Batalha do comando da Secretaria de Comunicação do Estado (Secom) corriam pela cidade. Por diversas vezes, o governador, João Alves Filho, foi questionado sobre o fato e em todas elas negou a saída de Batalha da pasta. Contudo, o que antes era especulação tornou-se verdade. João Alves resolveu mexer na estrutura do governo e trocar de funções os jornalistas César Gomes Gama, que sai da Fundação Aperipê para assumir a Secom; e Carlos Batalha, que deixa a mesma, para ocupar a Presidência da referida Fundação. 

A cerimônia de posse aconteceu na tarde desta sexta-feira, dia 8, no Palácio dos Despachos. A solenidade que estava prevista para às 15 horas, atrasou e somente teve início quase uma hora depois. O auditório do Palácio estava lotado, várias pessoas ficaram em pé para assistir à posse do novo secretário. Deputados estaduais e federais, secretários, defensores, promotores, jornalistas, aliados do governador, além de amigos e parentes do ex e do novo secretário, disputaram espaço na concorrida solenidade.

Batalha: dever cumprido
O primeiro discurso da tarde foi o do ex-secretário de Estado da Comunicação, Carlos Batalha, que fez questão de ressaltar que, apesar de costumar usar a palavra de improviso, para a ocasião havia preparado um discurso. Durante o mesmo, Batalha fez uma retrospectiva de sua atuação durante os dois anos e três meses a frente da Secretaria de Comunicação. Ele destacou a reestruturação do site da agência de notícias, a compra de equipamento, além do site para as emissoras de rádio e da marca de 20.000 notícias publicadas durante sua gestão na Secom.

Batalha afirmou ter a tranqüilidade do dever cumprido, tendo atendido à imprensa, colegas e à confiança do governador. “Tive bons e maus momentos a frente da Secretaria, mas com certeza os bons superam em muito os maus. Dirigir a Secom foi uma tarefa fácil. O governador tem metas de trabalho claras, bem definidas. Não tive que mentir, nem inventar, só transformei em notícia as realizações do Governo”, declarou. O ex-secretário aproveitou ainda para exaltar a administração de João Alves, classificando-a como empreendedora. Além disso, disse que se sente tranqüilo de nunca ter levado um problema ou dor de cabeça ao governador. “Tudo foi resolvido no âmbito da própria Secom”, lembrou. Batalha afirmou ainda, ter a satisfação de ter assumido o cargo de secretário “sem ter sido preciso nenhum apadrinhamento”, conforme suas palavras.

Sobre possíveis mágoas, o ex-secretário afirmou, durante entrevista no final da solenidade, que elas não existem. “Não tenho mágoa. Muito pelo contrário. Eu coloquei isso de forma muito clara e objetiva na minha fala. Eu assumo agora uma missão dura, espinhosa. Mas isso faz parte do jogo, faz parte de estar numa equipe administrativa que foi muito bem escolhida pelo governador. Essa não foi a primeira troca de cargos no governo e eu acredito que não vai ser a última. A nossa participação na Fundação Aperipê será importantíssima diante de um plano de ação que passará a ser desenvolvido, eu posso dizer de forma agressiva, no bom sentido, pelo Governo do Estado, principalmente, no que diz respeito à divulgação do mesmo no interior de Sergipe”, disse o ex-secretário à imprensa. 

César Gama não poupou elogios ao governo estadual
O NOVO SECRETÁRIO – César Gomes Gama começou seu discurso enaltecendo a atuação do Governo do Estado e criticando a oposição, que segundo ele, se aproveita de situações absurdas para tentar desqualificar a atual administração estadual, a exemplo da falta de água dos últimos dias. Gama afirmou, que tentar culpar o governo pela falta de chuva – argumento usado para justificar o rodízio realizado pela Deso –  é incabível. Segundo ele, é achar que São Pedro é secretário de governo. Para o novo secretário de Comunicação, afirmar esse tipo de coisas é achar que “governar é fazer milagres”, conforme declarou.

Já assumindo a postura de escudeiro da administração de João Alves Filho, Gama ressaltou tanto as iniciativas e obras do governo e, praticamente, não falou, em seu discurso, a respeito da Fundação e de seu novo cargo. Numa das falas mais veementes com relação às medidas do governo estadual, Gama afirmou que “a Ponte Aracaju-Barra, a duplicação da adutora e a revitalização da Orla fazem parte do cabedal de obras que fazem o povo sergipano ufanar o seu Estado”.

Sobre a Secom, Gama firmou, bem como Batalha, que as tarefas frente a mesma não serão complicadas. “O governador João Alves Filho tem um elenco de obras que é um dos maiores da região Nordeste. Então na verdade o que nós vamos fazer é evidenciar ainda mais esse elenco de obras das quais muitos sergipanos não têm conhecimento”, explicou. Com relação à falta de autonomia financeira da Secretaria, Gama deixou claro que isso não será problema. “Nós vamos estar trabalhando em harmonia total e integral. Já foi garantido pelo governador e pelo próprio João Alves Neto que vai haver uma sintonia integral e que esse tipo de obstáculo não vai existir para comprometer o trabalho”, afirmou.

A respeito de uma nova organozação para a pasta, o novo secretário disse que ainda não tem nada fechado. “Eu primeiro vou me interar de toda estrutura da Secom e propor algumas modificações, que talvez sejam necessárias, nessa nova fase onde nós vamos estar mais no avanço do ataque com o governador. Então eu preciso primeiro conhecer a Secretaria, porque praticamente eu fui acionado por João Alves ontem a tarde. Então eu não estive nem na Secom para olhar a estrutura e ter uma idéia do que eu vou precisar acrescentar ou retirar a depender das circunstâncias que eu vou encontrar”, declarou Gama adiantando que, a respeito do linguajar da Secom, “de certa forma vão existir mudanças de certos detalhes com relação ao convívio com a imprensa”.

João Alves: mudanças fazem parte da rotina administrativa
JUSTIFICATIVA – João Alves não foi direto ao assunto. Em seu discurso, o governador preferiu primeiramente elogiar o ex e o novo secretario de Estado da Comunicação. Logo depois passou para um relato sobre as ações do governo estadual anunciando que, mesmo Sergipe sendo o menor Estado do Brasil, é o que tem maior volume de obras do Nordeste. Ele aproveitou ainda para publicizar um investimento, para os próximos meses, de R$ 700 milhões em empreendimentos, tudo recurso do próprio governo. Além disso, como não podia ser diferente, João Alves em sua fala criticou o Governo Federal afirmando que é difícil tratar com quem não prima pelo cumprimento dos acordos firmados.

Sobre a mudança promovida, o governador disse que a alternância de cargo, principalmente, como a de hoje, onde houve trocas de cargos, faz parte da rotina. “Eu sempre disse que os méritos da administração é de responsabilidade da equipe, os erros é que eu assumo pessoalmente. Então eu espero que se é uma equipe de trabalho nós temos que dar mobilidade. Cada membro da equipe tem que estar preparado para trabalhar em diferentes espaços. Usando a expressão futebolística eu tenho que ter jogadores num time que saibam jogar na defesa, no ataque, enfim até mesmo no gol. Então nós temos certeza que essas mudanças servem para revitalizar o Governo. Acredito que os jornalistas Carlos Batalha e César Gama têm credenciais extraordinárias para desempenharem as funções para as quais ele foram designados”, justificou Alves.

O governador não descartou ainda a possibilidade de mais mudanças. Perguntado sobra a questão, ele respondeu que isso “é possível sim”, conforme suas palavras. “Na educação, há pouco tempo, nós fizemos muitas. É preciso entender, pois isso é fundamental, o que eu digo sempre quando eu dialogo com a equipe. Eu digo que eu não tenho mais tempo de errar. Nós temos que estar sempre procurando aperfeiçoar o trabalho da equipe e, eventualmente, mudando completamente um setor que por acaso não esteja se saindo com o mesmo vigor que nós gostaríamos. Nesse caso específico não se trata disso porque nós estamos trocando. Ninguém está saindo, nós estamos apenas mudando a posição dos jogadores”, esclareceu o governador, deixando no ar a possibilidade do começo de uma dança das cadeiras no Governo do Estado.

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