Um burro puxando uma carroça já desfilou no Carnaval pelas ruas do Centro de Aracaju. Com essa alegoria, o bloco de carnaval Siri na Lata denunciou as péssimas condições do transporte coletivo em Aracaju. Uma denúncia de 2015, que segue atual.
A decisão da Justiça de trazer Flávio Conceição de volta pro Tribunal de Contas também já foi alvo do Siri. A luta contra a privatização dos Correios, pela redução da jornada de trabalho de 44 horas para 40h semanais, a Reforma Trabalhista, a Reforma da Previdência, a denúncia do golpe de 2016, a morte da democracia no triste e recente episódio nacional que colocou Temer na presidência do Brasil. Tudo isso já fez parte do bloco de carnaval da Central Única dos Trabalhadores (CUT Sergipe) que está prestes a completar 15 anos de história.
Nascido no dia 22 de fevereiro de 2007, idealizado por Antônio Góis (ex-presidente da CUT), o primeiro protesto carnavalesco organizado pela Central Única dos Trabalhadores tinha o nome de Bloco do Zoião. No ano seguinte, o bloco mudou de nome para Siri na Lata – o bloco de carnaval que há 15 anos anima comerciantes, foliões e cidadãos do Centro de Aracaju, sempre na sexta-feira de carnaval, também serve para lembrar à população que até no carnaval a central tá de olho aberto.
No ano de inauguração (2007), a denúncia do roubo de 123 toneladas de carne da merenda escolar; a luta contra a transposição do São Francisco; a luta contra os agrotóxicos, por mais amparo ao trabalhador vítima de acidentes de trabalho e doenças ocupacionais foram algumas das pautas levadas pelas categorias para a avenida.
Naquele ano, no final do cortejo, os sindicalistas protocolaram uma denúncia no Ministério Público contra a instituição pelo governo do estado das fundações públicas de direito privado, pois além de representarem uma ameaça à consolidação do SUS, impossibilitava a implementação de uma carreira única para os trabalhadores da saúde.
Ano após ano, o Siri na Lata tomou as avenidas do Centro de Aracaju para protestar pelo fim da violência física e sexual contra a mulher no Carnaval e porque ‘O direito das trabalhadoras domésticas precisa sair do papel’, palavras que ilustraram alguns cartazes.
Segundo o presidente da CUT Sergipe, Roberto Silva, neste ano, devido à pandemia, não haverá Siri na Lata pelas avenidas de Aracaju. “Aproveitamos a data para refletir sobre os 15 anos de luta do nosso Siri na Lata, que também já desfilou nos municípios de Estância e Neópolis, levando alegria e cobrando a consciência crítica do cidadão sergipano. Aproveitamos para perguntar: cadê a consciência crítica da população neste momento em que o aumento sucessivo do gás de cozinha, gasolina e diesel chegam a um ponto tão abusivo que a população não é capaz de pagar esta conta?”, questionou o presidente da CUT Sergipe.
Secretária de Formação da CUT Sergipe, Caroline Santos denuncia o nível de desinformação e divulgação de Fake News. “Parte da população é conduzida a acreditar em mentiras. A distribuição massiva de notícias falsas, vídeos mentirosos com o objetivo de manipular a opinião pública chegou num patamar muito perigoso. A população é manipulada para usar remédios que não funcionam contra a covid, para acreditar que ‘a China é o inimigo do Brasil e é a culpada pelo preço alto da carne’, por exemplo. Neste ano não teremos Siri na Lata, mas não podemos deixar de alertar sobre esta situação preocupante. Mais do que nunca, precisamos estar de olhos atentos para o que está acontecendo, além de dispostos a conversar e esclarecer nossos amigos que estão sendo manipulados”, afirmou
Carol.
Fonte: Ascom/CUT-SE
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