“Vamos locomover o animal para um lugar mais seco. Onde está agora a maré invade muito. O pessoal da Petrobras chegou agora com o maquinário. Então, vamos escolher um local, fazer o buraco e enterrar”, explicou Sharon. Mas isso só deve acontecer à tarde.

Assim que a maré baixar, o animal, que muitas vezes é confundido com baleias pelo tamanho, será medido. Como estava em estado de decomposição avançado, não foi possível fazer a necropsia, nem recolher material, a exemplo do estômago, para saber se a baleia estava doente.

“Encontramos nele duas mordidas de tubarão de espécies diferentes. Inclusive ele estava sem uma nadadeira. Mas não sabemos se as mordidas foram antes ou depois da morte, já que o tubarão come restos de material orgânico”, informou a bióloga. Depois de três anos, a ossada é recolhida para estudos.

A informação passada pelos pescadores foi de que o Chalote havia aparecido desde a noite do sábado, indo de Mangue Seco, em Estância, a Pontal. Quando a equipe do Mamíferos Marinhos chegou ao local já encontrou o animal em estado avançado de putrefação e com os dentes da mandíbula superior retirados para comercialização, restando apenas alguns para serem coletados pelo Projeto.

ALERTA – Josué Candido, um dos coordenadores do Projeto Mamíferos Marinhos em Sergipe, alertou a comunidade local quanto ao perigo de contaminação, já que o motivo da morte é ainda desconhecido, podendo ser por doença, ataque da ação do homem ou de um predador natural, como o tubarão.

ESPÉCIE – A Physeter macrocephalus ou Cachalote é do grupo dos golfinhos, muito confundida com as baleias devido ao seu tamanho, contudo, ela difere pelo fato de ser um odontoceto, ou seja, possui dentes. Já as baleias possuem barbatanas que substituem a função da dentição, assemelhando-se a cerdas. Essa espécie habita ambientes de grandes profundidades, tendo em sua dieta alimentar lulas gigantes, peixes e polvos. Um macho adulto pode chegar até 18 metros.

Por Janaina Cruz

Da redação do Portal InfoNet