Candidatos querem anular eleições do Sintra

José Augusto quer eleição por voto
Os candidatos que concorriam a Chapa 2 nas eleições para a nova diretoria do Sindicato dos Trabalhadores dos Transportes Rodoviários (Sintra) denunciam que dois funcionários foram demitidos de uma empresa de ônibus dias antes do pleito para inabilitar a concorrência. De acordo com um dos candidatos a diretoria da chapa 2, José Augusto, as eleições que estavam marcadas para o último dia 3 de novembro não aconteceu por irregularidade. “A chapa 1 fez acordo com os empresários que demitiram dois candidatos que faziam parte da chapa 2. Nossa chapa não pode concorrer, porque não tinha o número mínimo de candidatos para compor a chapa”, explica.

Na manhã dessa quarta-feira, 18, o Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Aracaju (Simco), promoveu na Praça da Bandeira uma manifestação, buscando alertar a população em relação às irregularidades do Sintra. “Sem uma chapa concorrente, a diretoria elegeu seu novo presidente Miguel Belarmino por aclamação, mas ninguém presenciou essa assembléia que o elegeu”, comenta José Augusto.

Ele faz questão de ressaltar que esta prática está coberta no estatuto do Sintra, mas que o meio foi ilegal. “Quando existe apenas uma chapa concorrendo, o novo presidente é eleito por aclamação.“Eles realizaram demissões ilegais de integrantes da chapa de oposição antes das eleições para que nossa chapa não pudesse concorrer. Foi um acordo entre empresários e o Sintra, para que não houvesse eleição e eles permanecessem no poder por mais 25 anos. Ninguém presenciou essa assembléia”, acusa José Augusto.

Demissões

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Pedro e Reginaldo foram demitidos por justa causa
edro da Silva Santos, integrante da chapa 2 e funcionário de uma empresa de ônibus, foi demito no dia 29 de outubro por justa causa, após 23 anos de empresa. “No dia da minha demissão, o gerente me chamou e me mandou renunciar a chapa. Como não aceitei, ele perguntou se eu tinha família e disse que ela iria sofrer com essa minha atitude. Em seguida, fui demitido por justa causa e até agora não recebi nada”, conta Pedro. O funcionário também ressaltou que essa foi a primeira vez que participou de uma chapa para eleições do sindicato.

Após a aclamação do novo presidente, outro integrante da chapa de oposição foi demitido por justa causa. “ Fui demitido dia 6 de novembro, estou sem dinheiro, porque não recebi nada. Sou um pai de família, trabalhador dedicado e me revolta saber que fomos injustiçados por pessoas que não querem sair do poder”, desabafa Reginaldo Matos Santana.

Os integrantes do Sindicato querem que essa aclamação seja anulada e que os funcionários tenham seus empregos de volta. Eles irão participar da Tribuna Livre, na manhã dessa quarta-feira, na Câmara Municipal de Aracaju, onde esperam contar com o apoio dos vereadores. “Queremos que a eleição seja ganha no voto e não dessa forma, sem a participação dos 170 rodoviários”, acrescenta José Augusto.

Presidente eleito por aclamação. Miguel Belarmino
Outra versão

Segundo o atual presidente do Sintra, Miguel Belarmino, a aclamação foi inteiramente legal. “No dia 29 João Batista recebeu um expediente de quatro demissões, onde dois faziam parte da chapa concorrente. Como só tinham 11 inscritos na Chapa 2 e segundo o Estatuto, não pode haver menos de dois terços, o presidente lançou o edital, apresentado a recusa da chapa”, explicou Miguel.

Miguel também ressaltou que os concorrentes deveriam ter pedido reintegração da Chapa para que pudessem concorrer. “ Para minha surpresa, eles não fizeram o que tinham direito de fazer, que era pedir reintegração” acrescentou.

Quando questionado em relação às demissões, o novo presidente disse que não podia falar nada a respeito, pois não era empresário.

Miguel também contestou as acusações feitas pelo Sincom, em relação à assembléia de aclamação, onde integrantes alegam não ter presenciado tal evento. “Como o próprio nome já diz, aclamação é coisa rápida, demora poucos minutos. Basta bater e palma e pronto” concluiu o presidente.

Por Alcione Martins e Raquel Almeida

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