Capital já registrou 96 casos de abuso e violência contra crianças

Caminhada reuniu cerca de duas mil pessoas (Fotos: Portal Infonet)

De janeiro a abril deste ano já foram registrados 96 casos de violência ou abuso sexual contra crianças em todos os Centros de Referência de Assistência Social (Cras) da capital. O dado foi divulgado nesta quarta-feira, 18, pelo secretário de Assistência Social e Cidadania Bosco Rollemberg, durante a caminhada de combate à exploração sexual e abuso de crianças e adolescentes.

“A solução para esse problema depende de um conjunto de fatores: da saúde, da educação e da melhoria de renda da família, fazendo com que a situação de vulnerabilidade não exista”, disse Bosco.

A caminhada atraiu cerca de duas mil pessoas entre crianças, adolescentes e idosos, que percorrerão as principais avenidas do centro da capital e encerrarão a manifestação com um ato na Praça Fausto Cardoso.

O Dia Nacional de Luta contra o Abuso e a Exploração Sexual contra Criança e Adolescente lembra o crime hediondo contra Araceli, uma garota de oito anos que foi raptada, drogada, estuprada, morta e carbonizada em maio de 1973 em Vitória, capital do Espírito Santo. “É o momento de divulgar a causa e lembrar as pessoas da importância da denúncia e, principalmente, mobilizar os órgãos públicos”, explicou a psicóloga do Cras Benjamin Alves, do bairro Coroa do Meio, Luciana Tavares Ribeiro.

Luciana Ribeiro ressalta importância da denúncia dos casos de abuso

Ela disse que o número de casos registrados na capital chama à atenção para a importância do fortalecimento da família e a diminuição da pobreza, aspectos a serem trabalhados para a diminuição do problema. “Essa é uma questão de saúde pública, que devemos combater sempre. Este é um problema ainda grande, até porque às vezes nem todos os casos são denunciados”, explicou a psicóloga.

Outro agravante, segundo ela, é que na maioria dos casos os próprios familiares são responsáveis pelo abuso. Uma realidade comum não só na capital sergipana. Segundo pesquisa realizada no Hospital das Clínicas (HC) da Universidade de São Paulo (USP) divulgada nesta quarta, quatro de cada dez crianças vítimas de abuso sexual foram agredidas pelo próprio pai e três, pelo padrasto.

Os resultados foram obtidos após a análise de 205 casos de abusos a crianças ocorridos de 2005 a 2009. As vítimas dessas agressões receberam acompanhamento psicológico no HC e tiveram seu perfil analisado pelo Programa de Psiquiatria e Psicologia Forense (Nufor) do hospital.

Em 88% dos casos de abuso infantil, o agressor faz parte do círculo de convivência da criança. O pai (38% dos casos) é o agressor mais comum, seguido do padrasto (29%). O tio (15%) é o terceiro agressor mais comum, antes de algum primo (6%). Os vizinhos são 9% dos agressores e os desconhecidos são a minoria, representando 3% dos casos.

Em 63,4% dos casos, as vítimas de abuso são meninas. Na maioria dos casos, a criança abusada, independentemente do sexo, tem menos de 10 anos de idade.

Por Diógenes de Souza, com informações da Agência Brasil

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