
O Ministério Público do Trabalho em Sergipe (MPT-SE) informou, nesta quinta-feira, 2, que o casal de pastores investigados pelo homicídio de uma mulher em 2020, foi condenado por exploração de adolescentes e jovens em atividades ligadas à igreja fundada por eles em Aracaju. Ambos estão sendo julgados pelo assassinato no Fórum Gumersindo Bessa, em Aracaju, em processo que teve inicio na última quarta-feira, 1.
De acordo com o MPT-SE, os religiosos utilizavam métodos ilícitos para recrutar adolescentes e jovens que eram obrigados a trabalhar sem remuneração ou com valores irrisórios, sob a justificativa de voluntariado.
As vítimas eram submetidas a jornadas extenuantes catando latinhas, vendendo alimentos nas ruas e realizando serviços domésticos em condições análogas à escravidão. O MPT ainda informou que foram registradas denúncias de torturas físicas e psicológicas.
O casal deverá realizar o pagamento de R$ 1 milhão por dano moral coletivo, além de indenizações individuais a duas vítimas. A decisão foi proferida pela 6ª Vara do Trabalho da capital.
Julgamento criminal em andamento
Além da condenação trabalhista, o casal responde na esfera criminal pelo homicídio de uma mulher de 35 anos, ocorrido em julho de 2020, no conjunto Marivan, bairro Santa Maria, em Aracaju. O julgamento teve início na quarta-feira, 1, no Fórum Gumersindo Bessa, e envolve ainda o filho do casal e a irmã da vítima.
Segundo as investigações, a vítima foi espancada e morta no dia 3 de julho de 2020. O corpo foi transportado no carro de um dos pastores até o interior de Alagoas, onde foi queimado e enterrado em um canavial. A Polícia Civil apurou que a ocultação do corpo contou com a participação dos dois filhos do casal, sendo um adolescente e o outro preso junto aos pais.
Após o crime, os acusados fugiram para Riachuelo, no interior de Sergipe, e depois seguiram para Birigui, em São Paulo. Em fevereiro de 2022, eles foram localizados e presos em Araçatuba (SP), em operação conjunta da Divisão Especializada de Investigações Criminais (Deic), da 9ª Delegacia Metropolitana, da Divisão de Inteligência (Dipol) e da Polícia Civil paulista.
Por Nicolle Santana e Verlane Estácio