Casal denuncia agressão e transfobia em bar de Aracaju

A Polícia Civil de Sergipe está investigando uma denúncia de transfobia e lesão corporal registrada por um casal em um estabelecimento comercial de Aracaju. O caso ocorreu na segunda-feira, 7, e foi registrado no Departamento de Atendimento a Grupos Vulneráveis (DAGV).

Segundo o boletim de ocorrência, um homem trans informou ter sido impedido de utilizar o banheiro de acordo com sua identidade de gênero e, ao tentar exercer esse direito, foi agredido fisicamente com arma de choque, chutes e spray de pimenta por seguranças do local. A esposa dele, uma mulher trans, também teria sido agredida ao tentar defendê-lo.

Após o ocorrido, as vítimas foram encaminhadas ao Instituto Médico Legal (IML) para a realização de exames de corpo de delito. O caso foi remetido à Delegacia Especial de Crimes Homofóbicos, Raciais e de Intolerância (DEACHRI), onde um inquérito foi instaurado e as primeiras diligências já estão em andamento.

Em nota conjunta, entidades que compõem o movimento LGBTQIAPN+ de Sergipe — como Unidas, AMOSERTRANS e Astra — repudiaram a violência sofrida pelo casal. “A violência é visível pelo resultado no corpo de ambos, sem mencionar o dano moral e psicológico a que foram expostos. Não podemos mais tolerar a normalização da violência, onde os corpos são espancados e desmoralizados de forma degradante em Aracaju”, afirmam. A nota também foi assinada pela deputada estadual Linda Brasil (PSOL), e pela vereadora Sônia Meire (PSOL).

A Polícia Civil reforça que qualquer informação que possa colaborar com as investigações pode ser repassada de forma anônima pelo Disque-Denúncia, no telefone 181. O sigilo é garantido.

O que diz o estabelecimento

Em nota enviada ao Portal Infonet, o Boteco Hermes informou que está conduzindo uma análise minuciosa e detalhada de todos os acontecimentos, incluindo a revisão das imagens do sistema de segurança, depoimentos de funcionários, e testemunhas presentes no local.

O comunicado também afirmou que o estabelecimento apoia de modo incondicional à comunidade LGBTQIAPN+. “Repudiamos veementemente qualquer forma de violência, preconceito ou intolerância”, destaca.

por João Paulo Schneider