A causa da morte do advogado Celso Adão Portella, que teve o corpo encontrado em uma mala dentro de geladeira, foi traumatismo craniano em decorrência de uma queda, segundo informações divulgadas em coletiva de imprensa pelo Instituto Médico Legal (IML), nesta segunda-feira, 18.
Segundo o diretor do IML, Victor Barros, o advogado caiu da própria altura, mas a morte não ocorreu de forma instantânea. “A gente chama de intervalo lúcido, o indivíduo não morre no momento dessa queda, tem um período de sobrevida aí de trinta, quarenta minutos, até uma hora, ele pode levantar, realizar algumas atividades e em seguida, que vem a morte”, explica.
Ainda de acordo com o diretor do IML, a queda da própria altura é uma evidência da perícia, embora não há como confirmar se essa queda ocorreu de forma comum ou provocada. “Toda queda pode ser acidental, quando o indivíduo escorrega. No caso de Celso Adão Portella, ele já tinha uma doença de Parkinson instalada, era portador de uma prótese no joelho, já tinha uma artrose crônica no joelho, era uma pessoa com a mobilidade diminuída. Então nós acreditamos numa queda acidental, no entanto, os mecanismos de queda podem ser provocados, o indivíduo pode ser empurrado, só que isso é mais comum no indivíduo jovem”.
O Portal Infonet questionou se essa queda poderia ter sido percebida pela companheira de Celso, mas em resposta, Victor Barros disse que esse tipo de queda não deixa marcas externas. “Esse tipo de traumatismo, ele não deixa marcas, nem vestígios, ele é muito comum, por exemplo, em motociclistas, quando sofrem um traumatismo durante um acidente de trânsito. Ele vai para casa sentindo nada e quando chega em casa, ele vem a óbito. Isso é muito comum no IML, quando a gente faz o exame do corpo, a gente não vê nenhuma lesão, nenhuma equimose, nenhum roxo, nada. Aí quando a gente abre o crânio, está lá o hematoma”
Substância no corpo
Sobre a possibilidade de alguma substância ter sido utilizada para conservação do corpo, a odontolegista do IML, Suzana Maciel, explica que se algo foi utilizado, foi em uma quantidade que não atrapalhou a evolução da putrefação. “Dentro do que a gente conhece, que tem publicado a nível internacional e nacional, é que houve sim um pequeno atraso, até pela conservação do cadáver dentro de uma mala, que é algo que não é tão comum”, diz.
Perícia encerrada
O diretor do IML, Victor Barros, finalizou explicando que as atribuições do órgão no caso já foram finalizadas, mas isso não significa um encerramento definitivo.
“O IML encerra hoje suas atribuições relacionadas à polícia judiciária, todos os questionamentos feitos pela autoridade policial foram respondidos. Isso não significa que a gente para por aqui, caso o Ministério Público ou o Tribunal de Justiça entendam necessária alguma outra perícia, podem nos requisitar”, completou.
Relembre o caso
Um corpo foi encontrado dentro de uma mala na geladeira de um apartamento no bairro Suíssa, região central de Aracaju, no início da tarde do dia 20 de setembro. A mulher foi levada ao DHPP, onde confessou a ocultação do cadáver e disse que o homem estava armazenado na geladeira desde 2016.
A Secretaria de Segurança Pública de Sergipe (SSP/SE) divulgou oito dias depois do corpo ter sido encontrado, que o mesmo foi identificado como sendo do advogado e jornalista gaúcho, Celso Adão Portella.
Em 23 de outubro, pouco mais que um mês depois da entrada do corpo no Instituto Médico Legal (IML), o corpo é liberado e recolhido por uma funerária, que utilizava uma procuração em nome dos familiares de Celso, que vivem no Rio Grande do Sul.
por Beatriz Fernandes e Aisla Vasconcelos
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