A Justiça Federal em Sergipe suspendeu o terceiro dia da audiência de instrução criminal que estava previsto para esta quinta-feira, 24. A informação foi confirmada pelo advogado Lucas Alves, que representa a família de Genivaldo Santos. A audiência vem acontecendo na sede da Justiça Federal localizada no município de Estância, que corresponde à cidade de Umbaúba, onde o crime aconteceu.
Segundo Lucas, a audiência foi suspensa em virtude da grande quantidade de testemunhas que ainda não foram ouvidas. “Ontem estava previsto o interrogatório de 20 testemunhas de defesa. Mas só foram ouvidas sete. Os oitivas estão se estendendo por muito tempo” salienta Alves.
O advogado informou ainda que a audiência está prevista para ser retomada nesta sexta-feira, 25. Os três policiais envolvidos na morte de Genivaldo ainda não foram ouvidos. Depois dessa fase de oitivas, ainda haverá as alegações finais entre acusação e defesa, para só então o juiz decidir se os policiais irão ou não à júri popular.
Prisão dos PRFs
Os Policiais Rodoviários Federais William de Barros Noia, Kleber Nascimento Freitas e Paulo Rodolpho Lima Nascimento estão presos no Presídio Militar de Sergipe (Presmil) desde o dia 14 de outubro, após a Justiça Federal acatar a denúncia do Ministério Público Federal (MPF) por abuso de autoridade, tortura e homicídio qualificado.
Um habeas corpus impetrado pela defesa dos três policiais foi negado pelo Tribunal Regional Federal da 5ª Região em Pernambuco. À época, a defesa dos policiais afirmou que a prisão preventiva não teria respaldo legal.
O crime
Genivaldo de Jesus Santos morreu no dia 25 de maio, no município de Umbaúba, após abordagem de policiais da Polícia Rodoviária Federal (PRF). Na ocasião, Genivaldo foi parado pelos agentes e após reagir a abordagem, foi colocando no porta-malas da viatura, momento em que os policiais se utilizaram de spray de pimenta e gás lacrimogêneo.
O Instituto Médico Legal (IML) indicou que a morte de Genivaldo foi causada por asfixia mecânica e insuficiência respiratória aguda. A Polícia Federal concluiu o inquérito e indiciou os policiais envolvidos na abordagem – William de Barros Noia, Kleber Nascimento Freitas e Paulo Rodolpho Lima Nascimento – por abuso de autoridade e homicídio qualificado.
por João Paulo Schneider
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