Categorias em greve lutam por melhorias e benefícios

Direção do Sintrase diz que plano de 1977 está defasado (Fotos: Arquivo Infonet)

Servidores de algumas categorias do estado e município estão em greve a exemplo do Sintrase, trabalhadores da construção civil e professores de São Cristóvão ou ameaçam paralisar as atividades caso as reivindicações não sejam atendidas. Há categorias que estão de braços cruzados desde o mês de março deste ano e lutam pelo Plano de Cargos e Salários.

Em conversa com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores nos Serviços Públicos do Estado de Sergipe (Sintrase), Valdir Rodrigues, foi dito que até o momento não existe nenhum posicionamento favorável quanto ao Plano de Cargos, Carreira e Remuneração (PCCR) que regulamente as funções e salários dos funcionários públicos.

Segundo ele, o plano de carreira dos servidores da administração geral foi aprovado em 1977 contemplando ainda funções que já não existem mais para o serviço público. “O plano está pronto, faltando apenas à implementação do governo do estado para que possa ser encaminhada a Assembleia Legislativa. Na carreira existe profissões que não existem mais como telegrafo e capitão de coveta. O plano está defasado e a gente quer enxugar o cargo”, diz.

Ainda de acordo com Valdir Rodrigues, hoje é pago ao servidor em início de carreira R$ 622,00 reais, sendo que 30 anos após, o funcionário público mesmo tendo pós-graduação e até doutorado chega a no máximo R$ 800 reais. “Um executor de serviços ganham R$ 622 e vai para nível técnico recebendo R$ 628. Nós queremos a carreira para diferenciar os salários. Nós criamos uma careira, mas falta a gestão da tabela salarial que não anda. A nossa data-base é 1º de fevereiro, mas até agora nada”, diz.

Construção Civil

Trabalhadores da construção civil pedem 15% de reajuste e auxílio cesta básica

A quatro dias de paralisação, os trabalhadores da construção civil continuam em greve. Os trabalhadores reivindicam 15% de reajuste salarial, auxílio cesta básica no valor de R$ 150 e plano de saúde.

Em nota encaminhada à redação da Infonet, a assessoria do Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon/SE) informa que: “Comunicamos que o SINDUSCON-SE nos últimos cinco anos tem sido sensível e justo quanto às reivindicações dos trabalhadores, tendo neste período, concedido um aumento de 65,89% para os profissionais, o que representa um ganho real de 34,01% sobre a inflação oficial. As negociações coletivas com o Sindicato dos Trabalhadores da Indústria da Construção do Estado de Sergipe iniciaram em janeiro, e tendo analisado as reivindicações, foram realizadas duas reuniões de mediação na Superintendência Regional do Trabalho e Emprego e mais duas reuniões na sede do SINDUSCON-SE, cujas negociações evoluíram".

Professores

Professores de São Cristoóvão continuam acampados na Secretaria

Os professores lutam pelo pagamento do piso salarial. O valor do piso salarial nacional do magistério da educação básica teve reajuste de 7,97% em 2013, passando de R$ 1.451 para R$ 1.567 a ser pago por estados e municípios.

Em greve a mais de 60 dias [iniciada dia 4 de março], os professores do município de São Cristóvão reclamam do corte de aproximadamente 40% dos salários dos educadores. Mesmo após a justiça determinar a saída dos professores do prédio da Secretaria Municipal de Educação, os educadores continuam mobilizados.  “Não temos calendário nem data-base. Conquistamos o piso salarial em 2011, mas agora está nos sendo tirado. Hoje o nosso piso é de R$ 1.567, mas queremos apenas que os nossos direitos sejam garantidos e que retorne o valor que nós recebíamos antes dos cortes”, diz a professora Ivanise Santos que tem 27 anos de ensino.

Para o secretário de educação de São Cristóvão, Mario Jorge Oliveira Silva, o corte no salário dos professores foi baseado na lei complementar que revogou as leis de 2011 que concedeu o reajuste dos servidores. A prefeitura ainda informa que já pagou R$ 6 milhões, 93 mil, 655 reais de salários a todos da educação e que a prefeitura condena essa greve "política e intransigente arquitetada pelo SINTESE", informando aos professores faltosos que todos terão corte total dos salários do mês de maio. Avisa ainda que para superar a ausência dos professores, vai contratar Pedagogos, sendo que os mesmo devem comparecer à sede da secretaria da Educação na próxima segunda-feira, dia 20, munidos de documentos e currículo para contratação temporária e retorno imediato das aulas.

Médicos

Assim como o Sintasa, os médicos do estado pedem o Plano de Cargos, Carreira e Vencimentos (PCCV) da categoria. De acordo com o diretor do Sindicato dos Médicos de Sergipe (Sindimed), Luiz Carlos Pina, a data base da categoria é em maio, mas até o momento está tudo parado. “Na verdade nós temos uma proposta de reunião que ainda vai ser confirmada com a Seplag. Então a gente acredita que infelizmente o governador não tem nenhum interesse em levar isso a frente. Estamos pedindo o plano de cargos, carreira e vencimento e o governador já disse que não tem dinheiro e talvez nem tenha aumento salarial. No plano tem uma ordenação da carreira para que o servidor dentro do seu trabalho  tenha uma perspectiva de futuro de quanto ele vai crescer na carreira, como vai crescer seu salário, como ele vai ter ganho com o seu desempenho e é isso que o servidor quer, só que a gente não tem nenhum indicio de que o governador queira que isso venha acontecer. Não teve avanço, pelo contrário, só retrocesso”, afirma Spina.

Rodoviários

Os rodoviários da Viação Cidade de Aracaju (VCA) e Cidade Histórica ameaçam entrar em greve caso o restante do pagamento do salário dos trabalhadores não sejam pagos. Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários (Sinttra), Miguel Belarmino, a direção da empresa se comprometeu em pagar os 60% restante dos salários referente ao mês de abril até a próxima sexta-feira, dia 17. Ainda segundo Belarmino, foi informado pela direção que o salário já será pago aos trabalhadores a partir das 19h do dia 17 e a partir das 0h da sexta para o sábado para quem recebe no banco.

Seplag

Segundo a assessoria de comunicação da Secretaria de Estado do Planejamento, Orçamento e Gestão (Seplag), o governo continua aberto às negociações e solicitou as categorias que fosse aguardado o fechamento do 1º quadrimestre para analisar como andam as finanças do estado.  Ainda em nota, a Seplag esclarece que: "Governo do Estado está mantendo negociações para avançar no processo de elaboração do plano de carreira dos servidores públicos. Na ocasião, solicitamos que a continuidade das negociações ocorresse no decorrer do mês de maio, após a divulgação da avaliação do comportamento da evolução das despesas com pessoal e do comprometimento dos limites da Lei de Responsabilidade Fiscal durante o primeiro quadrimestre, que no momento proíbe a ampliação de gastos com pessoal e a instituição de planos de carreira”.

Por Aisla Vasconcelos

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