No último dia 28, a Associação dos Amigos dos Animais (Ama) chegou a fazer uma panfletagem em frente ao Mundo Mágico, desestimulando as pessoas a assistirem ao espetáculo. “Não temos nada contra o circo, mas queremos informar à população que na maioria das vezes, os animais são mau-tratados para aprender aqueles truques”, diz Ana Aquino, presidente da Ama. Patrícia Castilho, uma das administradoras do circo, nega as acusações. “Existem várias formas de Segundo a administradora, o circo tem autorização do Ibama para transportar os animais, que são tratados por veterinários e pelo adestrador. “O elefante é alimentado, toma banho e passeia todos os dias. Os animais são muito bem tratados, têm água sempre e um local adequado”, explica enquanto mostra o local onde os animais estão alojados. “Formou-se um mito de que o circo maltrata os animais”, acrescenta. Ela diz que qualquer pessoa pode visitar o local onde os bichos ficam antes do espetáculo. Maus tratos Patrícia admite, porém, que os maus tratos podem ocorrer em circos de menor porte. A professora Ela participou da necropsia do leão que atacou e matou uma criança em um circo no Recife, em 2000. A professora conta que todos os cinco leões do circo foram mortos, e durante a necropsia constatou-se que eles estavam sem comer há muito tempo. “Quando a gente abriu o trato gastro-intestinal não tinha um vestígio de nada”, conta. Por conta de histórias como essa, explica Ana Aquino, três cidades no país já proibiram a montagem de circos com animais em seus territórios. Controvérsia “Esses animais foram criados em cativeiro, se soltá-los de volta no hábitat natural eles vão sofrer”, A professora, porém, não concorda com a existência de animais em circos. “O animal está fora do seu hábitat e perde características intrínsecas à espécie”, argumenta. Ela ainda alerta para o fato de eles nunca deixarem de ser ‘selvagens’. “É lindo ter animais como atração, mas animais selvagens não perdem totalmente a característica da raça”, finaliza. Por Gabriela Amorim
A recente chegada à Aracaju do circo Mundo Mágico de Beto Carrero, um dos poucos no país que ainda mantêm animais, levantou a polêmica sobre a utilização de bichos como atrações circenses. Embora por muito tempo, a presença de deles tenha sido natural, as entidades de defesa dos animais têm pressionado para que isso mude. Elefante do Circo Mundo Mágico de Beto Carrero
adestrar um animal e lógico que a gente usa a forma mais tranqüila e carinhosa”, conta. Ela explica que o condicionamento dos animais é feito através de comandos de voz. “Durante o espetáculo, o elefante entra sozinho no picadeiro. Ele obedece apenas pelo tom de voz”, complementa.
de terapêutica veterinária da Universidade Federal Rural de Pernambuco, Neuza Marques, conta que já presenciou em circos menores, inclusive em Aracaju, animais acorrentados, com carrapatos, parasitas e sarnas. Neuza Marques
alega Patrícia Castilhos. Neuza Marques concorda que levar esses animais para zoológicos nem sempre é uma boa saída. “Zoológico no Brasil é um problema muito grande”, diz. Os animais confinados costumam desenvolver neuroses e sinais de stress, como caminhar na jaula de um lado para o outro e lamber exaustivamente a grade, a parede ou o chão.
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