Clube da ex-Telergipe é desocupado pacificamente

Desocupação ocorreu sem violência
As famílias que estavam ocupando o antigo clube da Telergipe deixaram o local na manhã desta quarta-feira, 29. O negociador, coronel Luis Fernando, classificou a ação da Polícia Militar como uma ‘desocupação cidadã’. Eles passam agora a ocupar uma área pertencente à Marinha, em frente ao clube.

 

O coronel esteve no local com outros policiais, o capelão Capitão Juarez, e o pastor Capitão Amim. O objetivo era cumprir a liminar de reintegração de posse, respeitando a integridade física das pessoas que estavam no local. Antes mesmo de a PM chegar, os barracos de madeira e lona já tinham sido desarmados.

 

Cel. Luis Fernando
Pastor e padre falaram às famílias reunidas, na tentativa de confortá-los e acalmá-los. “Nós procuramos uma solução pacífica para cumprir a medida judicial. Temos o entendimento de que também nós somos povo, a Polícia Militar é formada por cidadãos”, ressaltou o coronel Luis Fernando. Após as orações, foram distribuídas balas e pipocas para as crianças.

 

Reintegração

 

Desde o dia 12, as famílias estão acampadas no antigo clube da Telergipe. A Telemar, atual proprietária do espaço, pediu reintegração de posse, concedida no dia 14, pela juíza substituta da 8ª Vara Cível, Jocelaine Costa Ramirez. O advogado Rodrigo Machado, membro da Comissão de Direitos Humanos da OAB/SE, explica que a liminar foi encaminhada à Secretaria de Segurança Pública (SSP) para que a PM cumprisse a ordem de reintegração.

 

“O Grupo de Gestão de Crise da SSP negociou com os ocupantes e deu prazo até o dia 27 para a

Cap. Amim, Cel. Luis Fernando, Cap. Juarez e José Marcos (esq. para dir.)
saída voluntária”, esclarece. A juíza oficiou novamente a SSP para que fizesse a desocupação, alertando que poderia incorrer em descumprimento de ordem judicial. Na terça-feira, 28, a PM esteve no local para avisar que voltaria nesta quarta-feira, às 9h.

 

Os policiais chegaram ao clube por volta das 10h, com a presença da Tropa de Choque, caminhões para ajudar na retirada do material, caso as famílias solicitassem, e ônibus para levá-los a outro lugar.

 

Moradia

 

Rodrigo Machado
Os acampados alegam não ter lugar para onde ir. Segundo José Marcos, um dos coordenadores dos ocupantes, um cadastro interno foi feito com as 438 famílias, e constatou-se que a maioria morava de favor em casa de parentes ou em quartos de vila e barracos alugados. “Essas famílias fazem opção entre morar ou comer”, alega.

 

“A moradia é essencial, não chega ser nem um direito humano, é um direito animal”, acredita Rodrigo Machado. Ele diz que a OAB entende a reforma urbana como um direito prioritário. Eles pretendem ficar no novo acampamento até que tenham um outro lugar para ir.

 

Clique aqui e confira vídeo com o discurso do Coronel Luis Fernando às famílias

 

Por Gabriela Amorim

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