Codevasf: paralisação marca impasse em acordo coletivo de trabalho

Os trabalhadores da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), representados pelo Sindicato Nacional dos Trabalhadores de Pesquisa e Desenvolvimento Agropecuário (SINPAF), realizaram um protesto na manhã desta terça-feira, 24, em várias localidades onde a empresa atua.

A mobilização tem como objetivo pressionar a Codevasf a fechar um Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) que atenda às demandas da categoria, após cinco meses de negociações sem consenso.

Entre as principais reivindicações dos trabalhadores estão o reajuste salarial inferior à inflação e a defasagem nos auxílios oferecidos pela empresa. Segundo o SINPAF, a proposta da Codevasf oferece um reajuste de apenas 2,58%, o que corresponde a 80% do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) para o período de 2024/2025. Esse percentual, de acordo com a categoria, não cobre a perda de poder de compra dos salários, que desde 2019 acumularam uma desvalorização de 19,74%, conforme estudo do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

Outro ponto de insatisfação é a ausência de negociação para avanços nas cláusulas sociais do ACT em 2025. Embora a empresa tenha proposto 100% do INPC para o próximo ano, não houve acordo em relação à atualização de benefícios como o auxílio-alimentação, auxílio-creche e o auxílio para filhos com deficiência, que, segundo o Dieese, também estão defasados.

Os trabalhadores ainda cobram um maior custeio por parte da Codevasf no plano de saúde, em conformidade com a resolução CGPAR N° 52, o que ajudaria a aliviar os custos para os empregados. A paralisação contou com a organização das seções sindicais locais, que planejaram diversas ações para demonstrar a insatisfação da categoria. De acordo com o SINPAF, a participação de todos os trabalhadores é essencial para fortalecer a luta por melhores condições de trabalho e pela valorização dos profissionais da Codevasf.

O que diz a Codevasf 

O Portal Infonet entrou em contato com a 4º Superintendência da Codevasf em Aracaju, mas até a publicação desta matéria não obteve reposta. Seguimos à disposição através do e-mail: jornalismo@infonet.com.br.

por João Paulo Schneider