Comerciantes de artesanato contabilizam prejuízos após chuvas

Chuvas fortes do sábado, 3, prejudicaram comerciantes
Comerciantes de artesanato do mercado Antônio Franco reclamam do prejuízo decorrente das fortes chuvas que caíram em Aracaju no último sábado, 3, e apontam defeitos nos telhados dos boxes como causadores dos transtornos. Peças de bordado, de palha e redes foram os objetos mais danificados. Muitos porque acabaram manchando ou apodrecendo, o que torna a venda inviável.

O feriado de Páscoa para as vendedoras ouvidas pelo Portal Infonet na tarde desta segunda-feira, 5, foi de muito trabalho na tentativa de recuperar algum item e amenizar a situação. Nos boxes, o cheiro de mofo aponta que os estragos podem ser ainda maiores; as paredes asseveram que a situação se arrasta há algum tempo.

Paredes denunciam que situação nos boxes não é recente
Maria Leuzina dos Santos, que trabalha com artesanato há 40 anos e está no mercado há 20, diz que a chuva sempre gerou problemas no local. Ela contabiliza até agora pelo menos R$ 500 em prejuízo e aponta uma deficiência no trabalho de manutenção realizado pela Empresa Municipal de Serviços Urbanos (Emsurb) como uma das possíveis causas. “Talvez a bica por onde deveria escoar a água esteja entupida de sujeira”, palpita.

Leuzina diz que o marido tapou dois buracos no telhado, numa medida emergencial. “Desde a inauguração desses boxes [no ano 2000] a situação é a mesma: todas as vezes que chove, molha as paredes. Sempre dizem que vão resolver e não fazem nada”, reclama. Na mesma situação encontra-se a vizinha de Box Maria dos Santos Vieira, há 27 anos vendendo artesanato no local.

Comerciantes contabilizam perdas de até R$ 2 mil
O forro de madeira do teto está cedendo gradativamente. Ela confirma que as reclamações na Emsurb não surtem efeito e diz que o prejuízo dessa vez será igual ao da colega de profissão. “Algumas coisas a gente consegue recuperar, mas sempre que chove é a mesma coisa”, lastima.

Já o prejuízo de Joeliude Santos Moura, há 29 anos vendendo as peças, é bem maior. Entre vestidos artesanais que custam entre R$ 40 e R$ 60 e redes de até R$ 170, ela estima que perderá mais de R$ 2 mil. “Ainda não contabilizei tudo, porque não deu tempo de olhar as peças. Mas não gosto nem de imaginar”, reclama. A autônoma conta que chegou a consertar o telhado por conta própria, mas mesmo assim os problemas voltaram a ocorrer. “Se no inverno for desse jeito, não tem quem fique aqui nesse mercado”, afirma.

Leuzina aponta manutenção deficiente como possível causa
A comerciante diz que caso não haja uma resposta do órgão competente, a questão será levada ao Ministério Público. “Nós comemos e pagamos as contas desse trabalho. Pagamos os impostos em dia, ou do contrário querem tirar o ponto da gente”, comenta. “Aqui tudo foi mal feito, porque sempre tem problema”, disse.

Outro lado

A assessora de comunicação da Emsurb, Mayusane Matsunae, afirmou que uma equipe do órgão esteve no mercado Antônio Franco ainda no sábado para acompanhar a situação. Segundo ela, espera-se apenas pela chegada do material necessário para que todo o telhado do local seja substituído. Ainda não há prazo para que o serviço seja executado.

Joleiude consertou telhado, mas as falhas continuaram

Mayusane não confirmou que a situação se arrasta desde 2000. “Temos conhecimento apenas do que a última ventania causou. Desde aquela época estamos requisitando o material”, disse. Ela nem negou e nem confirmou a possibilidade de a Emsurb ressarcir os prejuízos aos comerciantes.


Por Diógenes de Souza e Carla Sousa

 

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