Comunidade da Praia da Costa critica atitude do MPF

Comunidade native tema derrubada
Donos de bares e moradores de uma faixa de terra da Praia da Costa estão preocupados com a possibilidade de seus barracos e bares viram abaixo. A determinação é do Ministério Público Federal (MPF), que afirma que aquela é uma área de preservação ambiental. No entanto, algumas pessoas que vivem no local ameaçado questionam a atitude do MPF. “Outras construções não têm licença ou são construídas em áreas de preservação e não são derrubadas, como aquele resort. Se aqui ofende a natureza lá também ofende”, afirma Lindael Tourinho, moradora do local.

A angústia da população que ocupa 33 humildes construções é semelhante àquela pela qual vem passando os donos dos bares da Aruana. A prefeitura do município de Barra dos Coqueiros já tem

As propostas foram apresentadas informalmente nesta sexta à procuradora geral do MPF
projeto elaborado para tentar negociar com o MPF e que foi elaborado pela Associação dos Moradores e Amigos da Ilha de Santa Luzia. Existem três propostas para o local, uma é recuar os bares para o terreno localizado atrás dos estabelecimentos, a segunda opção é ocupar uma área do Departamento Estadual de Estradas e Rodagens (DER) e a terceira e levar os bares para alguns terrenos nas proximidades que estão desocupados. No entanto, todos esses projetos devem passar pela anuência dos órgãos ambientais.

Algumas famílias vivem no local há mais de 20 anos, como é o caso de dona Maria das Dores Santos. “Vivo aqui há 24 anos, não tenho para onde ir, e é daqui que tiro minha renda e o

Dona Maria não sabe qual será o seu destino
sustento para minha família”, afirma. Dona Maria, mora e trabalha num estabelecimento localizado na região ameaçada e foi lá que ela criou todos os seus três filhos, o mais velho tem 23 anos. “É uma tristeza essa situação, eu já entreguei a Deus”, declara.

Em 2005, a prefeitura fez um cadastramento de todas as construções daquela faixa litorânea e de lá pra cá não ocorreram novas ocupações, afirma o presidente da Associação dos Moradores e Amigos da Ilha de Santa Luzia, Marcos Antônio Cabral. Há quatro anos vivendo no local, a aposentada Letícia Araújo, conta que vendeu sua casa em Carmopólis,

Letícia e Maria Raimunda (ao fundo) moram no local há quatro anos
comprou um terreno na praia e construiu sua nova moradia, ela diz estar muita satisfeita vivendo no local, mas afirma “se eu soubesse que precisava de licença não teria vendido minha casinha”.

As famílias que só residem no local, assim como dona Letícia, deverão ser removidas para um conjunto habitacional que a prefeitura da Barra diz que irá fazer, já os comerciantes não querem deixar o local e perder o ‘ganha pão’. “Essa é a nossa maior preocupação”, afirma Marcos.

Quem vive na localidade 

Marcos está preocupado com futuro dos moradores e comerciantes
denuncia que por trás dessa possível derrubada tem interesses muito maiores. “Todo esse terreno aqui já foi comprado por construtoras e já ouvimos dizer que vão construir dois condomínios e um resort. Eles estão querendo tirar a gente para não ‘enfeiar’ a praia e atrapalhar os projetos deles”, afirma Lindael.

Por Carla Sousa

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