Concurso da Prefeitura de Socorro termina em confusão

Estudante mostra ferimento causado por fiscal
Às 13h30, os portões das escolas onde ocorria o concurso público para a Prefeitura de Nossa Senhora do Socorro foram fechados. Depois disso, tiveram início várias manifestações em diversos pontos da cidade, feitas por candidatos revoltados por não conseguirem ter acesso aos locais das provas. Radiopatrulha, gente ferida, gritos pedindo a anulação e abaixo-assinados foram o resultado da união dos concursandos.

 

Os principais focos de manifestações aconteceram no Colégio Atheneu Sergipense e na Universidade Federal de Sergipe (UFS). Em ambos, as reclamações eram as mesmas: grande parte dos participantes do concurso alegava que não recebeu os cartões indicando onde os testes aconteceriam e o horário de início dos mesmos. Já outra parte dizia que os portões

Manifestantes em frente ao Colégio Atheneu
foram fechados antes do horário especificado, 13h30. Aliados a estes, estavam pessoas que perderam por algum motivo o horário de realização das provas e não conseguiram entrar nas salas de aula.

 

No Atheneu, a estudante Ana Gabriele liderava um grupo de manifestantes e bradava: “Vou ao Ministério Público”. Segundo ela, às 13h20 as portas do colégio foram cerradas, causando a indignação dos concursandos. A equipe do Portal InfoNet procurou o coordenador das provas no Colégio, mas ninguém foi encontrado para falar sobre o assunto.

 

Ana Gabriele
“Ele fechou o portão e correu. Não tem coragem de enfrentar as pessoas aqui”, dizia uma outra concursanda que não quis se identificar, a respeito do porteiro da escola. Para Antônia Vasconcelos e Adriana Carneiro, também concorrentes a uma das vagas oferecidas pela Prefeitura de Socorro, o problema foi que a maior parte dos candidatos não recebeu em casa o cartão de identificação, ou seja, para elas, não havia como saber qual era realmente o horário de início das provas.

 

CARTÃO – De acordo com o cartão entregue pela consultora Consulplan, responsável pela aplicação dos testes, “os candidatos deverão estar no local de provas até no máximo às 13h30”. Porém,

Concorrentes desistem de fazer as provas
os manifestantes diziam que não havia como se ter acesso à informação, pois “misteriosamente”, grande parte dos inscritos não tiveram acesso ao documento. Apesar disso, a informação no edital era clara: “A prova terá início às 14 horas. Os portões de acesso ao local da prova  serão fechados às 13h30, não sendo permitido o ingresso de qualquer interessado após esse horário”.

 

Se no Atheneu um grupo de 50 pessoas gritava e balançava os portões do Colégio, na UFS a situação tomou dimensões gigantescas. A gritaria começou com cerca de 100 pessoas e logo depois ganhou o apoio dos próprios concorrentes que estavam fazendo as provas e que chegaram antes das 13h30 às salas de 

Candidatos nas janelas
aula.

 

Os estudantes universitários Yan Chang e Sandra Pereira foram dois dos inscritos que não receberam os cartões. Mas a principal preocupação de ambos foi que, em algumas escolas, após negociações entre os fiscais e os estudantes, muitos conseguiram entrar e realizar os testes normalmente. “Por que isso? Se eles conseguem fazer, por que nós não podemos? Onde está o princípio de igualdade garantido pela Constituição Federal?”, questionou.

 

A alegação de uma outra parte do grupo de manifestantes era de que não houve abertura para negociações na UFS. “Cheguei aqui às

Abaixo-assinado será levado ao Ministério Público
13h25 e fui procurar minha sala. Quando vi, já estava tudo fechado. Isto é um absurdo”, gritava outra concursanda. Enquanto isso, cerca de 30 pessoas gritavam em frente ao prédio da Didática 1 da Universidade, pedindo que o concurso fosse cancelado.

 

Muitos fiscais, a essa altura, já apareciam nas janelas pedindo calma aos estudantes. Neste momento, outros concorrentes que se mantinham longe se uniram ao restante do grupo para ajudar a impedir a realização das provas. Alguns candidatos que estavam nas salas desistiam de tentar responder às questões e se mantinham dependurados nas janelas das salas, ajudando os manifestantes.

 

DIDÁTICAS 3 E 4 – Já do outro lado, entre os prédios das Didáticas 3 e 4, um aglomerado ainda maior organizava um abaixo-assinado e outros estudantes saíam de janela em janela gritando e pedindo para que os colegas não fizessem as provas. Lá, cerca de 200 pessoas esperavam pelo desfecho da situação, quando um grupo conseguiu pegar uma das provas de um dos concorrentes. Dois homens colocaram as mãos pela janela e puxaram o teste do candidato. Neste momento, os manifestantes vieram abaixo, gritando em forma de torcida organizada e aplaudindo a ação dos colegas.

 

Mulher lê prova para outros candidatos
“Queremos justiça, queremos que as pessoas vejam o que está acontecendo aqui. Não é justo que uns possam fazer as provas e outros não”, dizia um dos responsáveis pela manifestação. Para completar, outros candidatos invadiram a Didática 4 e impediram a distribuição dos exames.

 

Nas salas em que os concorrentes já haviam desistido de fazer o teste, só restava uma alternativa: atrapalhar quem ainda conseguia realizar o concurso. “Vão lá, façam confusão naquela sala de lá que tem gente fazendo prova”, incitavam alguns. No fim, todos os candidatos da Didática 4 já estavam de pé, gritando juntamente com quem estava do lado de fora.

 

RADIOPATRULHA – A situação começou a piorar depois que um estudante foi ferido por um dos funcionários contratados para aplicar a prova. Na tentativa de fechar as janelas para evitar o barulho, um fiscal cortou a mão do concorrente Thiago José Ramos. Segundo ele, o homem agiu com grosseria e falta de respeito. Uma outra concursanda disse que escutou várias palavras depreciativas sobre sua pessoa de outro fiscal. “Ele só não me chamou de bonita!”, descreveu.

 

Policiais tentam acabar com a manifestação
Ao verem o caos que a Universidade havia se tornado, policiais da Tropa de Choque compareceram para conter os candidatos. Munidos com armas e cães policiais, os PMs controlaram a situação, pelo menos na Didática 1. A esta altura, várias janelas estavam quebradas e um portão havia sido entortado.

 

Os candidatos, tanto do Atheneu, quanto da UFS, disseram que estarão nesta segunda-feira, dia 21, em frente ao Ministério Público para entregar os abaixo-assinados e continuarem a manifestação. “Queremos nosso dinheiro de volta ou a remarcação da data do concurso, porque isso que aconteceu aqui é uma baixaria, uma falta de vergonha”, gritava uma concorrente.

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