Crack assusta população de Sergipe

Maior apreensão de crack em Sergipe ocorreu em dezembro de 2007 / Foto: SSP
Crack. Palavra que até dois anos atrás não era freqüentemente citada nas notícias policiais de Sergipe, passou a ser assunto em manchetes e rodas de conversas pelas ruas da capital. A droga de baixo custo, alta dependência e lucro rápido, conquistou diversos usuários no Estado, incluindo adolescentes ainda em idade escolar.

Os traficantes e usuários do crack têm algumas ruas do Centro da cidade como principais endereços. O conjunto dos redutos ficou conhecido como a Cracolândia, onde diversas vezes são apreendidas grandes quantidades da droga.

Amedrontados

Apontada por muitos como a principal área da Cracolândia, a rua Florentino Menezes abriga diversos estabelecimentos comerciais cujos donos vivem amedrontados com tal situação. “Aqui a gente vive fingindo que não vê nada e não ouve nada. Fechar a loja tarde da noite, nem pensar porque isso aqui fica tomado”, disse em tom desconfiado uma proprietária de loja que preferiu não se identificar.

Bar no Centro da cidade, apontado pela população como comercializador
Um taxista que diz conhecer bem aquela região apontou um local onde funciona um bar como distribuidor da droga. “Lá encontra crack. Inclusive o pessoal fala que lá há prostitutas que colocam droga na bebida dos homens”, revelou.

Ao perceber a presença da equipe de jornalismo no local, as mulheres que estavam na frente do estabelecimento correram para a área do fundo do bar.

A situação na região ficou crítica a ponto de famílias que moravam naquelas proximidades mudarem de bairro. “Aqui atrás uma amiga minha do interior tinha uma casa alugada pros filhos que estudam aqui, mas ela ficou assombrada quando viu o movimento noturno e nem esperou o contrato vencer para levar os meninos pro Augusto Franco”, falou a comerciante.

Dona Anita diz que consumo na praça Tobias Barreto é freqüente
Outro ponto crítico é a praça Tobias Barreto, em Aracaju. Comerciantes da área revelam a presença constante de usuários da droga, principalmente à noite e aos domingos. Dona de um quiosque de lanches, dona Anita se diz revoltada com a falta de segurança, já que os usuários cometem roubos nos estabelecimentos da região constantemente. “Já arrombaram diversas vezes aqui, levando objetos de valor. No quiosque lá do outro lado, só esse ano já roubaram sete vezes”, declara.

Os bairros Industrial, Getúlio Vargas e América também são apontados como localidades com alta incidência do consumo desta substância.

Interior

A situação do crack não está restrita à capital, estando também presente em cidades do interior, tendo o jovem como principal perfil de usuário. A SSP confirmou apreensões da droga em diversos municipios como Itabaiana, Simão Dias, Socorro e Propriá, por exemplo.

Promotor Fausto Valois orienta os pais a prestarem mais atenção no cotidiano dos filhos
O promotor Fausto Valois, da Promotoria de Saúde e Educação, se mostra preocupado com tal situação. “Chegamos a fazer palestras em escolas de interior mostrando os malefícios da droga. As campanhas antidrogas precisam ser mais intensificadas no Estado”, disse o promotor que ainda ressaltou a importância do esporte e lazer como aliados no combate às drogas.

É também no interior que se localiza um grande centro destinado à recuperação de dependentes químicos, incluindo de crack. Trata-se da Fazenda Esperança, localizada no município de Lagarto.

O que é o crack?

O crack surgiu nos anos 80 e é resultado da mistura de cocaína, amônia e água destilada, formando grãos que são fumados em cachimbos. Seu efeito estimulante causa rápida dependência e posteriormente pode causar a morte do usuário por sua ação no sistema nervoso. Especialistas afirmam que o crack é a droga que mata com maior velocidade.

O  assessor de comunicação da Secretaria de Segurança Pública de Sergipe, Lucas Rosário, acredita que Sergipe passou a entrar na rota nacional do crack há pouco tempo, e que tal fato está sendo combatido. “Há indícios de que a droga vem da fronteira Brasil-Colômbia, vai para São Paulo e de lá é distribuída para demais cidades”, disse, ressaltando o trabalho da polícia neste caso e as constantes apreensões da droga.

Por Glauco Vinícius e Carla Sousa

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