Crescem mortes por arma de fogo em Sergipe

Vigilantes: alvo de marginais que querem armamento (Foto: Arquivo Portal Infonet)

É crescente a incidência de mortes provocadas por disparos de arma de fogo em Sergipe. De acordo com o Mapa da Violência desenhado pelo Centro Brasileiro de Estudos Latino-Americanos (Cebela), o índice destas mortes aumentou em 55% nos últimos dez anos no Estado. Apesar do aumento na taxa de crescimento, o estudo revela que Sergipe saiu da 10ª posição no ranking nacional, no ano 2000, para a 12ª colocação em 2010, em se tratando de taxas por grupo de 100 mil habitantes.

No ano 2000, a taxa era de 17,2 óbitos por cada 100 mil habitantes, passando para a casa dos 23 óbitos por 100 mil habitantes, em 2010, caracterizando um aumento de 33,8%, segundo os índices divulgados pelo Mapa da Violência. No período, as mortes por arma de fogo cresceram 4,7%, conforme os estudos do Cebela. Em Aracaju, foram constatadas 149 mortes no ano 2000, enquanto em 2010 foram 156 mortes por arma de fogo na capital.

Em Aracaju, a taxa de óbito por 100 mil habitantes caiu na década, saindo de 32,3 óbitos por cada 100 mil habitantes em 2000 para 27,3 óbitos por cada 100 mil habitantes no ano de 2010, numa queda de 15,4%, colocando a capital sergipana na 17ª posição do ranking nacional em se tratando de mortes provocadas por arma de fogo.

Com população de 24.976, a Barra dos Coqueiros se destaca entre as cidades mais violentas do Estado, ocupando a 99ª posição do ranking nacional em mortes por arma de fogo, com taxa média entre os anos 2008 e 2010 de 44,7 óbitos por cada 100 mil habitantes.

Em Sergipe, o número de homens mortos por arma de fogo é maior que o número de mulheres, de acordo com a pesquisa, constatando taxa de 45,2 óbitos de homens por cada 100 mil habitantes contra uma taxa de 2,1 óbitos de mulheres por cada 100 mil habitantes. Os negros também são os maiores alvos, com taxa de 27,1 óbitos por cada 100 mil habitantes, contra uma taxa de 7,7 óbitos por cada 100 mil habitantes, entre os brancos.

Tráfico

A Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP) associa a grande incidência de mortes por arma de fogo no Estado ao tráfico de drogas. De acordo com a assessoria de comunicação da SSP, a maior incidência das mortes está entre adolescentes e jovens na faixa etária entre os 16 anos a 28 anos com vítimas, geralmente, que já tiveram passagem na Polícia por envolvimento com o tráfico de drogas.

A assessoria observa que as mortes são, em sua maioria, consequência da disputa pelo comando do tráfico de drogas ou por dívidas contraídas em função do uso de drogas. A SSP observa também que o acesso a armas torna-se mais difícil no Estado e que, como alternativa, os traficantes estão se municiando com armas roubadas de vigilantes.

Situação detectada, segundo a assessoria, pelo serviço de inteligência da Polícia Civil, que constatou um grande número de assaltos a vigilantes no Estado nos últimos anos. A SSP observa que os vigilantes estão desempenhando mais de uma função nas empresas e, como medida para inviabilizar a ação de bandidos contra vigilantes, a cúpula da SSP vem realizando reuniões com empresários do segmento orientando-os a mantê-los em locais de difícil acesso durante o exercício da atividade profissional e evitar o desvio de função.

O governo do Estado também adotou medidas para incentivar as ações dos policiais civis e militares na política de desarmamento, criando uma gratificação no valor de R$ 400 por cada arma apreendida. Valor distribuído entre a equipe responsável pela apreensão, seja no âmbito da polícia militar ou da civil. Entre os anos de 2009 e 2012, segundo a SSP, foram apreendidas 4.551 armas.

Por Cássia Santana

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