Defesa recorre da sentença e acusados pela morte de Carlos Gato estão em liberdade

Carlos Gato foi morto com dez tiros há dez anos por denunciar trabalho infantil (Foto: Arquivo Infonet/Divulgação)

A Justiça de Sergipe condenou José Nilton dos Santos e Valmir dos Santos por participação no assassinato do sindicalista Carlos Alberto Santos de Oliveira, o 'Carlos Gato', em 2001. O julgamento começou às 9h de sexta-feira, 6, e se estendeu até às 23h. José Nilton foi condenado a nove anos e Valmir, que é cabo da Polícia Militar, a 19 anos, ambos em regime fechado.

De acordo com o promotor de Justiça responsável pela acusação, Emerson Oliveira Andrade, a sentença foi justa. No entanto, ele explica que como ambos estavam em liberdade nesses dez anos, a lei garante o direito de recorrer também em liberdade. "Vamos aguardar, agora, o julgamento da apelação pelo Tribunal de Justiça, pois a defesa recorreu da sentença", explicou o promotor.

O advogado de defesa de ambos, Emanuel Cacho, disse que a apelação foi pedida junto ao termo de audiência e por isto os dois já saíram do Fórum em liberdade. Ele alega que houve uma contradição no voto do júri. “A Justiça prevê o recurso e por isso nos questionamos o resultado”, disse. A previsão para que a apelação seja julgada é, segundo ele, de quatro a cinco meses.

Promotor Emerson Oliveira diz que a sentença foi justa (Fotos: Arquivo Infonet)

Na sexta, durante o julgamento na 8ª Vara Criminal do Fórum Gumercindo Bessa, na capital, o promotor Emerson Nogueira havia explicado a participação dos acusados no crime. “José Nilton e o cabo Valmir teriam ajudado para a consumação do delito. Pela denúncia, eles não praticaram a execução, mas auxiliaram. A indicação é que o primeiro acusado, o José Nílton, teria feito a contratação dos pistoleiros e o cabo Valmir teria auxiliado a localização da vítima, o Carlos Gato, que era vereador na época”, informou.

Ele disse, ainda, que os pistoleiros contratados para matar Carlos Gato foram mortos ainda na época do homicídio.

Ainda irão a julgamento sob a acusação de serem os mandantes do crime o ex-prefeito de Cristinápolis, Elizeu dos Santos, e o ex-prefeito de Tomar do Geru, Gildeon Ferreira Santos. Eles podem ser condenados por homicídio qualificado.

Emanuel Cacho, advogado de defesa, recorreu da decisão

O crime

Carlos Alberto Santos de Oliveira, conhecido como ‘Carlos Gato’, ficou conhecido pelas denúncias deo trabalho infantil nos laranjais da região Centro Sul do Estado. Ele foi assassinado em setembro de 2001 com 10 tiros, em um bairro da periferia do município de Pedrinhas. Na época o crime ganhou notoriedade no mundo e representantes de diversas entidades de direitos humanos vieram a Sergipe comprovar a situação das crianças e então elas foram inseridas no Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Peti).

Por Diógenes de Souza

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