Delegada detalha ouvida de crianças no DAGV de Alagoas

Mariana Amorim:"Trabalho com fatos e provas" (Foto: Portal Infonet)

“Quem tem boca fala o que quer. Eu sou delegada e trabalho com fatos e provas. É o primeiro pai que sabe que as filhas [a mais velha com 10 anos], são virgens e fica espantado”.  A afirmação foi feita na tarde desta sexta-feira, 1º durante coletiva de imprensa na Secretaria de Segurança Pública de Sergipe, a delegada Mariana Amorim ao se referir à ouvida das quatro meninas que acusam a mãe de negociá-las para uma rede de pedófilos no município sergipano de Itaporanga D’Ajuda.

Mariana Amorim informou que ouviu as quatro meninas [uma a uma] na Delegacia de Atendimento a Grupos Vulneráveis (DAGV) de Alagoas, e em seguida ouviu o pai e a avó [esta concedeu entrevista à Liberdade FM após o depoimento afirmando que não foi permitida a entrada de parentes].

“Já imaginando o que poderia acontecer, nós levamos uma psicóloga, um conselheiro tutelar de Itaporanga D’Ajuda e toda a ouvidas das meninas foi gravada na presença da Drª Rose, a delegada do DAGV de Alagoas. A única pessoa que não permitimos a entrada foi do conselheiro tutelar de Alagoas, porque não houve necessidade. Foram aproximadamente cinco horas. Ouvimos uma a uma por ordem crescente de idade. Primeiro as menores e depois as maiores”, ressalta.

Sem respostas

De acordo com a delegada, em alguns momentos, as meninas choraram. “Elas não tiveram a mesma desenvoltura com que falaram na imprensa, uma ficava passando para outra e eu as indaguei sobre isso. Elas até choraram quando perguntei se tinham saudades de alguns familiares de Itaporanga, de amigos e elas disseram que sim, menos da mãe. E quanto aos abusos, elas apenas dizem que foram vítimas de abuso por uma quadrilha de pedofilia. E quando eu perguntava o que é uma quadrilha, elas não souberam responder e nem dizer o que é pedofilia. E ai eu perguntei: e o que é sexo, elas não responderam. E se sabem como elas nasceram, como foram parar na barriga da mãe, e disseram não saber”, relata Mariana Amorim.

Indagada pelo Portal Infonet sobre as afirmações da avó da menina no rádio, dando conta de que ela, a delegada teria falado com grosseria, “mandando as meninas abrir o jogo e dizer que estavam fazendo as denúncias a mando do pai e da avó”, a delegada foi enfática:

“Não houve nenhuma agressividade. Com as maiores a conversa foi diferente em alguns aspectos já que disseram que quatro homens teriam feito sexo pela frente e por trás todos os dias e eu disse que seria impossível ter acontecido isso, e ninguém perceber que estavam machucadas”, afirma lembrando que as meninas citam nomes, mas não sabem quem são.

E quanto a possibilidade de o pai solicitar novos exames, Mariana Amorim afirma: “Me espanta. O laudo do IML de Alagoas diz não ter havido conjunção carnal, mas se for o caso a gente solicita e não me foi apresentado qualquer exame dando conta de que as meninas estejam com Doenças Sexualmente Transmissiveis. E me espanta que durante todo esse tempo [quase dois anos], as meninas não estejam recebendo acompanhamento psicológico. Pedi inclusive por escrito. A gente está apurando fato por fato e as investigações terão continuidade. Inclusive não existe qualquer ordem judicial que proíbe elas voltem para Sergipe”, diz acrescentando que nesta sexta-feira, 1º, o padastro [que nem está mais com a mãe] das meninas a procurou para falar sobre o caso.

Por Aldaci de Souza

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