Denúncia: “Não podemos servir à população”, diz militar

Militares denunciam que não podem deixar o local
Policiais militares que desempenham função no contêiner localizado no bairro Jardins, procuraram o Portal Infonet para relatar que não podem sair do local para fazer o policiamento ostensivo. Com medo de represálias, os militares temem ser identificados e tiveram seus nomes preservados. Durante a entrevista, eles afirmaram que a ordem é que a dupla que faz o policiamento no contêiner não se afaste do local.

“A determinação que nós recebemos é de não deixar o local. É uma situação constrangedora para nós, que somos militares, e recebemos a missão de fazer o policiamento ostensivo. Além da equipe, uma viatura fica parada, porque não pode sair do local”, ressalta.

Segundo um dos militares, algumas ocorrências solicitadas através do Centro Integrado de Operações em Segurança Pública (Ciosp) são repassadas diretamente para o PAC do bairro Grageru. “Muitas vezes já presenciei as ocorrências sendo repassadas para o PAC, sendo que estávamos no contêiner e poderíamos chegar mais rápido. Um exemplo foi uma ocorrência de um assalto no fundo de um supermercado que fica na frente do posto onde ficamos, e que foi atendida pela viatura do PAC”, afirma.

O militar diz ainda que mesmo sem GPS, quando a viatura é retirada do local rapidamente recebem uma ligação ordenando a volta ao posto. “Não sei como eles conseguem saber que estamos fora dali, porque quando vamos fazer um policiamento na área, questão de minutos, alguém liga e manda voltar para o posto. Só posso acreditar que o interesse é que a gente faça a segurança do shopping”, acredita.

Segurança

Outro militar revela que a localização do contêiner é um perigo para os policiais. “Imagine ficar ali no cruzamento, sem nenhuma segurança. Um local onde um carro pode sobrar ali e atingir a todos”, lastima.

O gestor da Associação de Servidores Militares de Sergipe (Absmse), sargento Edgar Menezes, lembra que no ano passado entrou com procedimento no Ministério Público Estadual (MPE) para apurar a passagem de uma tubulação de gás. “Aquele contêiner é totalmente vulnerável, fica embaixo de uma tubulação de gás. Imagine se ocorrer um tiroteio ou mesmo acidentalmente uma arma for disparada e atingir a tubulação?”, questiona.

O gestor da Absmse também critica a localização do posto. “O shopping tem segurança, o banco tem segurança, e o que o contêiner está fazendo ali? A polícia tem que estar na rua para atender à população, fazendo policiamento ostensivo e não parado naquele local”, reclama Edgar, mencionando o policiamento comunitário como sendo eficaz para a população.

“Entendo que tem que existir uma tropa de repressão, mas a polícia comunitária tem que ser um instrumento usado para aproximar a sociedade da polícia. A polícia comunitária quando é eficaz se envolve nos problemas do bairro e sabe os reais problemas da população”, analisa o gestor, citando como exemplo o programa de polícia pacificadora implantado no Rio de Janeiro.

PM

A assessoria de comunicação da Polícia Militar foi enfática ao negar a denúncia feita pelos militares. Segundo o capitão Robson Donato, a determinação é que os policiais atendam a todas as ocorrências solicitadas pela população e que avisem ao Centro Integrado de Operações em Segurança Pública (Ciosp).

O capitão Robson Donato disse ainda que a informação do Comandante do 1ª Batalhão, responsável pela área, coronel Jackson, é que existe um programa para organizar as rondas. De acordo com a assessoria é feito o policiamento ostensivo na área e logo após os militares voltam para o contêiner.

Por Kátia Susanna

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