O deputado estadual Francisco Gualberto (PT) foi um dos três da bancada de oposição a votar contra os dois projetos aprovados em regime de emergência, hoje pela manhã, na Assembléia Legislativa. Tanto na discussão envolvendo o projeto de lei n.º 10/2002, que trata da normatização da “taxa de esgoto”, quanto no debate sobre o projeto de lei n.º 149/2003, que libera o repasse de verbas para qualquer entidade, mesmo sem o reconhecimento de utilidade pública, o deputado se manifestou contrário. “O projeto do deputado João das Graças, que trata do financiamento para qualquer entidade, institucionaliza o clientelismo oficial. Com ele, haverá uma proliferação de associações para se beneficiar destes recursos, que serão distribuídos sem critérios. Um projeto desse é uma indecência e eu nunca imaginei que um dia ele chegasse a ser discutido nesta Casa Legislativa para ser votado. Agora, ele será o maior cabo eleitoral para determinados setores políticos. Hoje mesmo encaminharei este projeto à assessoria jurídica do gabinete para examinar sua constitucionalidade”, disse Gualberto, que só teve acesso ao projeto no plenário, durante a votação. Em relação à “taxa de esgoto”, o deputado disse que fica evidente a incoerência do discurso do PFL, que na esfera municipal age de um jeito e, na estadual, de outro. “É incrível como o PFL na Assembléia é diferente do PFL da Câmara. Lá, quando o prefeito Marcelo Deda tentou fazer aprovar a Taxa de Iluminação, projeto, aliás, que fui contra, foi feito um carnaval. Os vereadores do PFL se mostram a favor dos pobres com discursos emocionados. Aqui, os deputados do PFL lutam para aprovar a taxa do esgoto. Ou seja: para algumas taxas, povo não é povo, pobreza não é pobreza”, falou. Gualberto disse que a implementação da taxa esconde um projeto mais grandioso para o atual governo do Estado. “A política pretendida pelo governo do Estado é de colocar a população contra a Deso para uma futura privatização”, observou. Por Fábio Carneiro